DATAS QUE FAÇO QUESTÃO DE LEMBRAR
Prólogo
Ao invés de se acomodar e se entristecer com as pequenas derrotas tente, com mais determinação, disciplina e fé superar suas dificuldades e desafios!
Eu estava com dezesseis anos de idade e me lembro que o pacifista Mahatma Gandhi (nascido em 02 de outubro de 1869 e assassinado em janeiro de 1948 por um nacionalista hindu) ensinava e eu pesquisando aprendi: “Nas grandes batalhas da vida o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.”.
Com este texto, para muitos insosso e resenha inútil, eu não quis ser evasivo. Tampouco quero esbanjar saudosismo que se pauta em lembranças de um tempo que não volta mais. O tema abordado eleva minha autoestima e são DATAS QUE FAÇO QUESTÃO DE LEMBRAR para meu próprio deleite.
Ora, quem teria interesse na data do meu ingresso, por dificílimo concurso, no Exército? Alguém teria interesse em saber a data do meu casamento? Conhecer as datas dos nascimentos dos meus filhos e filha? Quem gostaria de relembrar as datas das minhas promoções, cursos de especializações, graduações e pós-graduações senão eu?
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
MINHAS SUBLIMES LEMBRANÇAS
15 de janeiro de 1968 – Foi neste dia, faltavam três meses para eu completar 19 anos de idade, que incorporei como soldado recruta, ao Exército Brasileiro, para o Serviço Militar Obrigatório Inicial. Eu sabia que seria apenas um “parafuso” a mais na grande máquina estruturada e com um sistema organizacional complexo. Essa complexidade parecia simples porque tinha por base o binômio: Hierarquia e Disciplina.
As Forças Armadas são como um grande cadinho onde se forjam os caracteres dos seus componentes em uma têmpera sólida. Nestas instituições valorizam-se sobremaneira a família, a lealdade, o respeito, a honestidade, a camaradagem, o trabalho em equipe, a dedicação, o sacrifício e tantas outras boas qualidades e especificidades inerentes a cada Força Armada. Nunca fiz e jamais faria parte de grupos estereotipados. Nunca recuei diante de um desafio.
Aceitei ser militar porque essa opção foi oferecida a um atleta forte e saudável, – (eu praticava fisiculturismo e luta-livre) – mas estava desempregado. Ademais, eu tinha atração pela atividade militar e era uma opção profissional que se adequava ao meu perfil de atleta sério, aguerrido, pragmático, pontual e muito disciplinado. Havia sim a possibilidade de eu fazer carreira na instituição. Quem sabe? Ser cabo, sargento ou, talvez, capitão?
DESISTI DA GRADUAÇÃO DE SOLDADO
20 de novembro de 1968 – Fui licenciado e deixei as fileiras do Exército depois de ser soldado recruta durante 10 (dez) meses e 06 (seis) dias. Eu não quis permanecer como soldado do Efetivo Variável – EV porque não me aprazia o rigor e ‘sacanagem’ dos soldados mais antigos (soldados do Núcleo Base – NB). Eles pareciam estar sempre dizendo: "vou ofendê-lo e destratá-lo o quanto me aprouver e, se você reclamar será muito sacaneado, sofrerá mais ainda".
O RETORNO DO GUERREIRO
27, 28 e 29 de agosto de 1969 – Nessas datas fiz as provas de Matemática, Geografia, História e Português respectivamente. O certame para ser aceito na Escola de Sargentos das Armas – EsSA era concorridíssimo! Muitos jovens de todo o imenso Brasil, iguais a mim, desejavam ser sargento do Exército, mas poucos conseguiam ser aprovados. As provas não continham questões de múltipla escolha.
Na prova de Matemática os cálculos precisavam ser feitos e os rascunhos anexados às provas resolvidas. Antes do término do ano de 1969 chegou o resultado do concurso via radiograma: "Candidato civil único aprovado nessa cidade de Campina Grande, PB, Wilson Muniz Pereira"! Depois de receber essa notícia fui submetido aos exames complementares de saúde, testes físicos e psicológico em datas aprazadas.
CONCLUSÃO
01 de junho de 1970 – Matrícula no Curso de Formação de Sargentos.
28 de novembro de 1970 – Conclusão do curso de Formação de Sargentos. Promoção a Cabo e 3º Sargento.
04 de março de 1971 – Casamento com Maria de Fátima Rodrigues Pereira.
27 de dezembro de 1971 – Nascimento de nosso primeiro filho Wilson Muniz Pereira Júnior.
18 de fevereiro de 1974 – Nascimento de nosso segundo filho Walter Rodrigues Pereira.
02 de dezembro de 1977 - Conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – CAS realizado no 14º BI Mtz - Jaboatão - PE.
01 de junho de 1981 – Promoção a graduação de 2º Sargento.
12 de outubro de 1981 – Nascimento de nossa filha Fabianne de Fátima Rodrigues Pereira.
13 de julho de 1984 – Conclusão do Curso de Investigador Criminal realizado no 4º Batalhão de Polícia do Exército – 4º BPE – Olinda - PE.
17 de junho de 1988 – Conclusão do Curso de Psicotécnica Militar realizado no Centro de Estudos de Pessoal – CEP – Rio - RJ
01 de dezembro de 1988 – Promoção a graduação de 1º Sargento.
01 de junho de 1992 – Promoção a graduação de Subtenente.
11 de dezembro de 1993 – Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais (Direito) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
04 de julho de 1994 – Conclusão do Estágio Profissional da Advocacia pela Seccional da OAB/RJ. Período: Julho de 1992 a Julho de 1994.
01 de dezembro de 1995 – Promoção ao posto de 2º Tenente.
01 de dezembro de 1998 – Promoção ao posto de 1º Tenente.
01 de dezembro de 2001 – Promoção ao posto de Capitão.
28 de fevereiro de 2002 – Passagem para a reserva remunerada no posto de Major (Proventos de Major).
18 de dezembro de 2003 – Conclusão do Curso de Preparação à Magistratura. Realizado no Tribunal de Justiça da Paraíba. Período: 10 Março de 2003 a 18 de Dezembro de 2003.
OBSERVAÇÃO: Outros cursos civis e militares, assim como estágios acadêmicos e profissionalizantes, embora hajam sido relevantes para minha formação não os cito para não me tornar enfadonho.
SÍNTESE DA CONCLUSÃO
Durante o meu tempo de caserna fiz muitos amigos e admiradores. Por ser extremamente disciplinado e exigente causei também, não nego, bastantes, isto é, vários e indefinidos dissabores a alguns subordinados, pares e superiores, mas tudo segundo minha crença e convicção, em respeito a harmonia, aos regulamentos, aos bons usos e costumes, à ordem e aos preceitos militares.
Não me arrependo de nada, mas se pudesse não cometeria os mesmos poucos excessos e deslizes de outrora. Seria, menos atrevido, mais condescendente, menos severo e mais observador do comportamento humano segundo os anseios e formações familiares divergentes.
Alguns dos companheiros (oficiais, praças e funcionários civis) daquela época já desencanaram (Que o bondoso Deus os ilumine), mas a maioria dos que comigo serviram à Pátria é hoje uma plêiade de homens ilustres, vencedores e destemidos cidadãos de bem que me ajudaram na minha formação familiar, cultural e profissional.
Dentre esses notáveis amigos há eméritos notáveis professores, agricultores, produtores e fazendeiros; há políticos, empresários, comerciantes, médicos, dentistas, psicólogos, biólogos, nutricionistas, engenheiros, bancários, economistas, administradores, servidores públicos, oficiais de justiça, advogados, militares (alguns ainda na ativa), delegados, promotores, juízes e em tantas outras ocupações (profissões) úteis e necessárias à sociedade.
Infelizmente, dentre ou inúmeros amigos, indiferentes e simpatizantes houve os que não conseguiram sucesso em suas vidas socioeconômicas e familiares porque assim é a vida: Cada um com sua necessária provação e nem todos colhem flores.
As lembranças boas eu guardo com carinho. As ruins (felizmente foram poucas) esqueci e as especiais eu as recordo como ferramentas douradas, exemplos edificantes para sublimar minha autoestima e me confirmar a certeza de que sou um recalcitrante vencedor.
Isso, por si só, já justifica relembrar os eventos ocorridos e as DATAS QUE FAÇO QUESTÃO DE LEMBRAR.