Não tema as tempestades
“Aprendi a não mais temer as tempestades e rigorosos invernos. Foi molhando meus pés na chuva e saindo trêmula das tempestades, que descobri que trago a primavera dentro de mim”.
(Vania Graciano)
Quando criança adorava desenhar. Certa vez, fiz o desenho de uma linda paisagem, com muitas árvores, casinha, riacho com peixinhos e um caminho de terra com flores coloridas que lembravam um cerca natural. Após terminar com muito orgulho o desenho que pra mim teria sido o mais lindo que eu já havia feito até então, corri para amostrar a minha mãe, que hoje entendo que reagiu da forma que lhe cabia naquele momento, baseada nos estímulos que ela recebera até ali.
- Foi você que fez? Pare de mentir garota! Foi alguém que fez pra você.
Pensa que me engana?
Eu insisti: Não mãe! Não estou mentindo. Fui eu mesma que fiz.
- Tá bom! Tá bom! Agora me deixe trabalhar!
Aquela resposta “caiu como uma bomba” em minhas emoções e assim,
aquele foi o último desenho que eu teria feito na minha infância.
Minha mãe não acreditava nela, na sua força, no seu grande potencial de crescimento, de mudar e fazer as escolhas acertadas e inconscientemente estava com sua resposta, e suas atitudes, tentando fazer o mesmo comigo. Mais tarde fui entender que ela só estava reproduzindo o que recebeu.
A insegurança fez parte de minha vida durante momentos cruciais e por esta razão, me fizeram temer em muitos momentos as tempestades e os rigorosos ventos do inverno. Em alguns momentos ou me impedia de tomar decisões ou quando tomava alguma atitude, eram as menos acertadas possíveis.
Depois de um tempo aprendi que as tempestades, os invernos e os desertos são excelentes oportunidades de aprendizado. Quando descobri que a culpa não foi de minha mãe de eu ter parado de desenhar e sim em função do que decidi acreditar, foi como se um gatilho tivesse sido acionado , liberando toda criatividade, ousadia e determinação de dentro de mim.
Ainda no colegial, participei de um concurso de poesias. Empreendi todo entusiasmo, dedicação e criatividade em uma poesia sobre o professor.
Agora eu já estava pronta para entrar na chuva, molhar meus pés e se preciso sair trêmula do frio, porém com a certeza de que isto não seria o fim de tudo. Outras estações estariam a caminho.
Ao final do concurso alcancei o segundo lugar com minha poesia, a admiração dos meus professores e a popularidade na escola, já que muitos amigos vinham me procurar para ajuda-los a escrever cartinhas de amor, mensagem de aniversário e etc...
Foi um ótimo negócio também naquela ocasião. Os pagamentos eram feios através de lanches na cantina da escola ou chocolates e doces, que eu amava.
Ali nascia meu lado empreendedor.
Gostaria que minha história fizesse diferença em sua vida, de forma que você possa refletir a respeito do verso da Vania Graciano, que compartilho no início deste artigo.
A forma como você age e reage aos momentos de dificuldades e desafios é que fazem total diferença não somente na obtenção dos resultados após estes momentos, mas te permite fortalecer e consolidar quem você é na sua essência.
Na tempestade você pode ser a calmaria.
No inverno você pode ser o agasalho.
No verão, você pode ser a sombra.
E na primavera, ser somente a flor.
No final o que importa é o que você traz dentro de você.
Pense nisto e decida hoje, ser tudo aquilo que Deus te chamou para ser e não aquilo que disseram a seu respeito.
“Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção.”
(Salmo 139;14)
“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.”
(Jeremias 29;11)