Circo Brasil
O Brasil não deixou a mania de “vira-lata”. Ainda não, infelizmente. Não sei se um dia deixará.
É um complexo isso. “Do you like, macacada”?
O cidadão elegeu um presidente. A ele cabe dar solução aos problemas nacionais. Um deles o desemprego. São 15 milhões de desocupados.
Vergonha para um país bem colocado dentro da economia mundial.
Não toca um samba. Só chorinho. Pessimismo puro.
Trouxe um pacote da malinesas.
Até agora nada que dê alento, esperança, ao povo. Não tem um projeto. Fala muito. Não age.
Tem gastado muito tempo falando o que não interessa à nação. Quem quer saber de armas? De carnaval? De opção sexual?
Querer consertar o mundo, agora?
Vamos criar empregos. Dinamizar a educação. Tocar políticas de habitação, bem estar social. Fazer um país independente, politicamente, economicamente.
Perseguir trabalhador com reforma trabalhista. O cidadão já ganha uma migalha.
E os ricos, ricaços, cada vez mais ricos. Pagam menos impostos que a classe média. O pobre paga mais, em termos proporcionais.
Alguém fala em aumentar a carga tributária para os ricaços? Não.
O PT jamais cumpriu a promessa de taxar as grandes fortunas. Agora é vítima das burguesias. Lula é exemplo.
Governo não é para falar em nome da sociedade. Não. O cidadão sabe o que tem de fazer ou não fazer.
É constrangedor alguém tomar decisão pela gente. É ilegítimo – e ilegal.
Governo não é orientador sexual, psicólogo, psiquiatra, pai-de-santo, orientador espiritual, orientador moral. Nada disso.
Tem de trabalhar em favor dos que pagam impostos. Reerguer a nação.
Essa tarefa (opção sexual, religiosidade, ser torcedor desse ou daquele time, beber uísque ou cachaça) cabe exclusivamente à pessoa.
O desgoverno vira circo. Os generais resolveram "sair do armário". Não para nos tirar da lama. Para pôr lenha na fogueira.
Enveredam pela política, o que não lhes cabe. É o que diz a constituição, se é que militar respeita constituição.
Novamente a tentação de querer impor suas vontades. Cabe à sociedade, apenas ela, decidir sobre questões que lhe dizem respeito.
Questões como aborto, sexualidade, também economia, política, têm necessariamente de ter a participação social. No Brasil, estamos alijados, fora das grandes decisões.
O cidadão e cidadã não são criancinhas, bebês, para serem tutelados por autoridades, militares, religiosos.
A nação, me parece, está mais para circo.
Animais, os palhaços, comedores de fogo, trapezistas.
Mas com público bem reduzido. Apenas alguns incautos.
Que o Circo Brasil não pegue fogo.