REMINISCÊNCIAS PARA MIM MESMO
Prólogo
Conversando pelo WhatsApp com minha filha Fabianne ela me disse: “Hoje você está poético...”. E minha resposta não poderia ser diferente: “É que vez por outra a veia da poesia rasga a escuridão da noite para anunciar o alvorecer perfumado de um novo dia.”.
Neste sábado (02/03/2019), dia quente, com prenúncio de chuva e carnavalesco pela sazonalidade da ocasião, acordei disposto, reflexivo, mas disperso em pensamentos. Certamente entre mágoas sombrias, momentâneos lampejos: vagas felicidades e inatuais esperanças saberei esperar e escolher o momento mais adequado para ousar retirar do prelo meus mais ousados escritos. Nessa ocasião a magia será tão perfeita como o colorido do esplendor de uma aurora boreal.
LUZIA E EU
Entre ela e mim, há abissais diferenças, vastidões bastantes para a navegação de desejos recônditos e afligidos. São essas diferenças não apenas biológicas, socioculturais, familiares, religiosas e outras ainda não descortinadas.
No entanto, isso não quer dizer, em absoluto que não sejamos iguais em anseios vivenciados, por sólidas e reais conveniências, apenas nas redes virtuais. Não faz muito tempo, em certa ocasião, numa conversa informal, querendo concitar Luzia a me enviar um excitante "nude" frontal como outrora fizera, escrevi ansioso:
“Mesmo em sonho, ao me apossar do corpo angélico, sinto-me também possuído...”. E nesse primoroso devaneio eu ainda dizia:
“Estou vivo para a glória de um novo e esplendoroso alvorecer, ouvindo seu balido confundindo-se ao gemido meu. E nesse instante que desejávamos não ter fim ouvimos uma música sublime, celestial, anunciando um novo anoitecer.”.
Parece coisa de doido! Não nego que costumo enviar mensagens, escrever contos, cartas, ensaios e textos diversos para mim mesmo. Essa foi a forma mais adequada encontrada no recôndito de minha mente para enaltecer não apenas minha autoestima, mas sobretudo para aprender um pouco mais sobre o idioma pátrio e a me conhecer. Parece loucura, mas é certo que todos nós (não sou exceção) temos nossos dicotômicos irmãos de mentes, às vezes, insanas.
MINHA MELHOR DIVERSÃO
Divirto-me à beça! Excito-me em demasia! Aprendo palavras homófonas como: Acordo, acerto, colher, coro, molho, sede, choro, jogo e tantas outras. O nosso idioma está repleto de palavras que têm pronúncias (fonéticas) idênticas, grafias iguais, mas com significados diferentes.
São as chamadas palavras homógrafas cuja forma correta de pronunciação só saberemos de acordo com o contexto. Isso me fascina! Realmente o idioma português abre e areja o cérebro de todos nós simples e eternos aprendizes.
Todos os dias, sem exceção, estou sempre estudando algo, alguma matéria. Admiro-me sobremodo quando um (a) adolescente ou adulto diz com empáfia hilária: “Já terminei os estudos...”. Ledo engano!
Ora, como terminou os estudos se sabe (Sabe?) apenas que uma circunferência tem 360º Graus, mas nunca ouviu falar que esses mesmos 360º Graus equivalem a 400 grados, 6.400 milésimos e 2 PI Radianos? Peço mil perdões aos diletos leitores para asseverar uma verdade incontestável.
No ano de 2019, em defesa própria, os estudantes de "notório saber", sem pejo do ridículo e nenhum senso crítico dizem num lamento quase inaudível: “Nunca ouvi falar dessas unidades de medidas!”. No entanto, há cinquenta anos (meio século) eu já sabia da existência dessas unidades de medidas de ângulos planos e os utilizava nos divertidos exercícios de trigonometria (Autores: Cid A. Guelli, Gelson Lezzi e Osvaldo Dolce).
Sabemos e gostamos. Hoje os tempos são outros. Existem celulares e são permitidas nas salas de aulas e laboratórios as réguas de cálculos e as calculadoras. Agora quem ler este texto terá aprendido como eu um dia aprendi, no ano de 1969, ao resolver a questão cujo enunciado dizia:
“Responda em milésimos: Qual o suplemento do complemento do ângulo de 37º Graus?”. Ora, os dados da questão eram em graus, mas a resposta deveria ser em milésimos. Tudo bem. Nada que uma regra de três simples não resolvesse, mas se eu não soubesse o significado de complemento e suplemento de um ângulo e que 360º Graus equivalem a 6.400 milésimos “morreria afogado na praia” sem resolver a questão!
CONCLUSÃO
Reminiscências são lembranças! Não posso resgatar recordações de mentes alheias. Isso seria leviandade, erro impossível e se fosse capaz seria invasão de privacidade.
Quero sempre que possível resgatar memórias do meu passado, pois tenho muitas reminiscências da época de criança e adolescente. Tenho a absoluta certeza de que ao escrever essas reminiscências para mim mesmo também ensino algo aos meus inúmeros leitores e leitoras.
Não se trata de mostrar erudição estribada em vaidade danosa, mas de elevação da autoestima de todos. Não é demais lembrar que entre coisas comuns e palavras incomuns, com pelo menos 400 mil palavras, é o vocabulário da Língua Portuguesa, sem contar com suas flexões.
Como um alvanéu sem a certeza de bons resultados vou peregrinando nessa trilha estreita do aprendizado sofrido, próprio para um autodidata simples, mas cônscio de suas limitações.
E nessa peleja recalcitrante encontro supedâneo na determinação, na vontade férrea de superar minhas limitações. Infelizmente não tenho apurada osfresia para quaisquer tipos de flores, mas sei distinguir o homem de bem daquele cheio de bazófia ou fanfarronice sem boa causa.
Enfim, com este texto, para muitos insulso, resenha inútil, não quis tergiversar com evasivas mil para fugir do assunto principal. Tampouco quero esbanjar recursos semânticos que se pautam numa ritmopéia primorosa porque, como já escrevi acima, este escrito eleva minha autoestima e são REMINISCÊNCIAS PARA MIM MESMO.