SEM TETOS DE LOS ANGELES COMENTARIO A ARTIGO.
Henriette Effenberger
8 h ·
Parece contraditório quando a economia dos EUA está num dos melhores momentos? Não. É o esperado, a economia cresce e a desigualdade social também
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Aumento do número de sem-teto nos EUA é ‘bomba-relógio’
O crescente custo de vida em meio à economia em ascensão, combinado com a escassez de moradias em muitos estados, tem levado cada vez mais pessoas a se verem sem casa no país, especialmente na costa oeste. E o mais provável é que a situação piore.
2 comentários
Nesta noticia os sem teto de los angeles são 50 mil e os de NY são 75, assisti um filme recentemente que relata 100 mil sem tetos em los Angeles, a uns 10 anos, li uma noticia que dalas tinha 100 mil sem tetos. Esta noticia tambem diz que no ano 2010,os sem tetos eram mais, devido a crise de 2008 nos EUA, a única coisa verdadeira é que existem sem tetos e não são poucos, quem lida com macro economia, usa estatisca e 50 mil em 4 milhões 1,2% da população, e NY 75 mil em 8,5 millhões de pessoas 0,9%, e é certo que a solução não é facil, e por mais que queiram culpar os ricos e a riqueza, estes não são os unicos fatores. Com certeza A tecnologia desemprega, mas tambem não é o unico fator, a degradação familiar pelos mais diversos problemas, que não os financeiros, acumulados com os problemas de saude mental (depressão, e outras), mais o fator de que os locais ondes os sem tetos procuram ser sempre os grandes centros, onde é mais facil viver como sem teto pelo numero de pessoas que oferecem ajuda de uma certa forma. É certo que precisa investimento para minimizar a situação e diminuir os sem tetos, mas não é só dinheiro/investimento na solução que trará a solução total, pois muitos por um ou outro problema estão passando por esta faze da vida de ser sem teto, e muitos com ou sem ajuda conseguem sair desta situação. Não mencionei até aqui a droga, que tambem é um dos maiores fatores degradantes familiar/financeiro, e com certeza a solução não passa só pelo dinheiro/investimento. Como foi a tentativa do Dória em São Paulo nos ultimos anos que geraram polemica, de como atacar o problema e buscar um solução, pois lidar com pessoas, sempre geram polemicas, e tudo que se faz na vida não importa o que sempre terão favoraveis e criticos contrários tambem, precisa de muito coragem para abraçar as soluções de problemas polemicos. Mas o problema existe é grave e demanda preocupação e investimento.
Metropoli de Los Angeles, População, 12 923 547 hab. (EUA: 2ª) CSA/2008 · Densidade, 1.029. PIB, 770.600.000.000 CSA/2008 · PIB per capita, $59.627,00 {{{data_pib_per_capita}, o que reduziria os sem tetos para 0,004, menos de 0,4%, o problema ainda existe e ainda é preocupante, mas ainda o problema não é da riqueza e sim de diversos fatores de desagregação pessoal e familiar, droga, saude mental, cultura, finanças, desemprego por tecnologia, etc. os filmes mostram os indios americanos sendo empurrados para dentro de uma determinada reserva onde o governo os mantinham com alimentação, roupa, saude, etc. ou seja enquanto viviam dentro da reserva recebiam ajuda (deploravel, mas recebiam ajuda). Se fossem criados conjunto habitacionais para os sem tetos, não se conseguiria levar todos, mas se conseguisse levar 80% deles, após 5(cinco) anos, com ou sem ajuda de outra forma, sómente 10% deles estariam nas habitações fornecidas, o restante teriam vendido, alugados e voltado a viver na rua ou em outro lugar. No livro escrito pelo Secretario da Agricultura do estado de São Paulo (genro de Diomedio de Carvalho, ele relata que só 5% dos sem terra permanece na terra depois de 5 anos, sendo que 50% deles não chegam nem se assentar, recebem os subsidios para a implantação da gleba(casa) etc, e já debanta para suas estes recursos em outro lugar. É certo que ainda compensa o investimento de distribuição de terra, até por que, alguns destes sem terra, acaba adquirindo a terra vizinha, e aqueles 5% acabam produzindo e tendo sucessos.
Blog destinado ao conhecimento da Geografia, bem como a divulgação e a troca de experiências.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A REFORMA AGRÁRIA NO MUNDO
"Foi então, pela primeira vez, promulgada a lei agrária, que, desde aquela época até hoje, nunca mais foi discutida sem provocar as mais violentas emoções", escreveu o historiador romano Tito Lívio, quase 2.000 anos atrás, sobre um episódio ainda mais antigo, a redistribuição de terras ordenada pelo tribuno Caio Graco um século antes. Se Tito Lívio, que morreu há 1.980 anos, soa tão atual é porque a reforma agrária nunca foi discutida sem provocar violentas emoções. Reforma agrária não é simples instrumento para dar terra aos sem-terra. Como desafia o direito Ache os cursos e faculdades ideais para você. É fácil e rápido. de propriedade e chacoalha a estrutura de poder, carrega consigo o espírito de uma autêntica revolução social. Mais de quarenta países experimentaram projetos de redistribuição da posse da terra neste século - e nenhum deles permaneceu o mesmo depois disso.
Caio Graco pagou com a vida a ousadia de desapropriar os latifúndios patrícios. No final do século XVIII, a Revolução Francesa implodiu as relações de trabalho no campo, abolindo a servidão rural. Meio século depois, os Estados Unidos moldaram o destino do país ao distribuir de forma igualitária a terra pública. Apesar dessas marcantes experiências do passado, a reforma agrária, do jeito que hoje se pratica, é um fenômeno inteiramente moderno. A ordem estabelecida no campo foi virada de cabeça para baixo pela primeira vez em 1910, com a Revolução Mexicana, ao preço de 1 milhão de mortos. À frente de um exército de camponeses, Emiliano Zapata distribuiu terras na marra e, como Caio Graco, acabou assassinado. A semente plantada na revolução demorou duas décadas para germinar. Mas nos anos 30 o México entregou 70 milhões de hectares de áreas agrícolas a 3 milhões de lavradores, realizando uma das maiores redistribuições de terra da História.
Sete anos depois da Revolução Mexicana, os comunistas russos aboliram a propriedade privada da terra com um decreto assinado no dia seguinte à tomada do poder. O abismo ideológico entre as duas experiências pioneiras marcou, dali para diante, a história das mudanças nesse âmbito. O México tomou a terra de grandes fazendeiros e a distribuiu entre vários, menores, multiplicando o número de proprietários. A União Soviética expropriou a terra de todos em benefício de um único grande patrão, o Estado, o nome verdadeiro da "propriedade do povo". Os dois modelos foram amplamente copiados, quase sempre misturados e adaptados às circunstâncias específicas de cada país. Bandeiras vermelhas e camponeses em armas, contudo, tão marcantes nas duas reformas pioneiras, raramente voltaram à cena. A reforma agrária é quase sempre iniciativa de governos às voltas com crises, que precisam resolver ou amainar. Algumas foram impostas por exércitos de ocupação, como fizeram o Exército Vermelho na Europa Oriental e os Estados Unidos no Japão e na Coréia do Sul.
O objetivo básico das reformas em países não comunistas é melhorar a vida do homem do campo e redistribuir a renda a seu favor. Depois da II Guerra, percebeu-se também que se tinha ali um excelente instrumento para dar à agricultura um papel estratégico no desenvolvimento dos países pobres. São dos anos 40 e 50 as quatro grandes experiências em países de economia de mercado - Japão, Taiwan, Coréia do Sul e Egito -, com decisiva influência nas que vieram depois. Como os três primeiros se transformaram em potências econômicas, suas experiências servem como vitrine. Comparadas à coletivização forçada na União Soviética, a grande experiência socialista nos anos 30, que custou 6 milhões de mortos e resultou numa agricultura até hoje ineficiente, as reformas asiáticas são mesmo de dar água na boca.
No final da II Guerra, os três países tinham em comum a enorme concentração da posse da terra e a economia destroçada. Cerca de 70% do solo agrícola japonês era cultivado por arrendatários - os kosakus -, que entregavam aos proprietários ausentes metade da produção. No comando das forças de ocupação americanas e, como tal, imperador de fato, o general Douglas MacArthur simplesmente exigiu uma reforma agrária em 1946. O governo japonês tentou safar-se propondo o teto de 5 hectares para as propriedades rurais - artifício que, visto o tamanho nanico do latifúndio japonês, limitaria a reforma a somente 20% das terras. MacArthur, que tinha entre seus objetivos aniquilar o poder político dos latifundiários, um dos pilares do militarismo japonês, impôs 1 hectare, o tamanho de uma chácara de fim de semana no Brasil.
O terreno excedente foi desapropriado a preço vil e revendido aos agricultores com financiamento camarada. Toda essa revolução, que entregou lotes a 4 milhões de famílias e acabou com os resquícios de feudalismo na estrutura social, demorou apenas 21 meses. "Ao incorporar os kosakus ao processo político, a reforma foi fundamental para a modernização do país", diz Ikutsune Adachi, diretor do Centro de Pesquisas Sociais em Agronomia, em Tóquio. Do ponto de vista macroeconômico, a contribuição foi bem menor. O minifúndio japonês, nascido da reforma de 1946, depende ainda hoje para sobreviver de gordíssimos subsídios estatais e produz o arroz mais caro do mundo. É mais negócio, porém, pagar para manter o agricultor no campo do que lhe dar emprego na cidade.
A ironia é que essas grandes transformações foram obras de governos profundamente anticomunistas. Expulso da China continental pela vitória comunista, o generalíssimo Chiang Kai-chek reproduziu o modelo japonês em Taiwan. A inovação local foi a indenização parcialmente paga em ações, convertendo os antigos latifundiários em sócios da industrialização do país. O resultado social foi de tirar o chapéu: em 1952 a reforma agrária tinha transferido aos agricultores o equivalente a 13% do PIB, pacificando o campo e criando uma nova classe de consumidores.
A situação sul-coreana era agravada pela falta de espaço (só 4% do território é cultivável), pela má distribuição da posse e pela guerra, que continuou devastando o país até 1953. O governo anunciou regras tão severas que a maioria dos proprietários, temendo o calote das indenizações, se apressou em vender a terra diretamente ao arrendatário. O impacto na distribuição de renda foi superior ao ocorrido no Japão e em Taiwan e garantiu a comida barata de que o país precisava para se transformar numa potência econômica.
De forma muito parecida com a Coréia do Sul, só 4% do solo egípcio era aproveitável para a agricultura. A maior parte dessa terra estava nas mãos de uma classe de 12.000 proprietários. Dez milhões de felás - os camponeses e arrendatários do Vale do Nilo - penavam sob aluguéis exorbitantes, que chegavam a 75% da produção. Seis semanas depois de derrubar a monarquia, em 1952, Gamal Abdel Nasser acabou com as grandes propriedades. Cerca de 1,7 milhão de egípcios receberam lotes com tamanho médio de 1 hectare cada um. Em quantidade de terra e número de beneficiados, foi a maior reforma agrária dos anos 50. O resultado, contudo, nem se compara ao dos países asiáticos. O regime detonou o poder dos latifundiários - mas os felás continuam miseráveis como sempre.
O pós-guerra foi também o período em que a União Soviética impôs seu modelo agrícola à Europa Oriental, ainda que a maioria dos países tenha conservado algum tipo de pequena propriedade individual. A China fez a maior revolução camponesa de todos os tempos e, no início dos 60, Cuba implantou a versão caribenha da agricultura coletiva. Diante do avanço comunista, a reforma agrária ganhou impulso, também, como ferramenta da Guerra Fria. Na periferia latino-americana, governos de alguma inclinação esquerdista produziram suas próprias reformas. No Peru e na Bolívia, com grandes populações indígenas, a redistribuição de terras aliviou injustiças mas pouco contribuiu para aumentar a produção ou amenizar a miséria. No Chile, o processo foi peculiar. A reforma, iniciada pela Democracia Cristã e ampliada pelo socialista Salvador Allende, obviamente tropeçou com o golpe militar. A ditadura, porém, não devolveu a terra à velha oligarquia rural. Os lotes, de tamanho reduzido, foram comprados por capitalistas urbanos, que modernizaram a produção e iniciaram o modelo moderno de exportação de alimentos, principalmente frutas.
A reforma agrária saiu da agenda dos países a partir dos anos 70. Ou já tinha sido feita, com resultados variados, ou não era mais necessária como fator de desenvolvimento. "Até os anos 60, ela era fundamental para a modernização. Depois, a produtividade da agricultura moderna mostrou-se capaz de garantir o abastecimento sem outra revolução que a tecnológica", analisa o professor Bastiaan Reydon, do Núcleo de Economia Agrícola da Unicamp. "Como a própria agricultura perdeu importância na economia global, a reforma agrária reduziu-se a uma questão de justiça social." Os teóricos do desenvolvimento, que também saíram de moda, agora mudaram de enfoque e temem que a fragmentação do solo agrícola em propriedades menores prejudique a escala da produção.
"Reforma agrária dá certo quando se consegue o que se queria, seja aumentar a produção de alimentos, seja resolver problemas sociais graves", ensina o professor José Eli da Veiga, da Faculdade de Economia da USP. "A História mostra que isso só acontece naquelas realizadas rapidamente, de um a três anos no máximo. Quando entrava, é porque a sociedade não está preparada e a reforma está condenada ao fracasso." Mudanças radicais na posse da terra não são garantia absoluta de benefício econômico. Muitas vezes, nem mesmo de justiça social. A agricultura soviética oferecia condições de vida tão ruins que, para impedir a migração para a cidade, o governo negou passaporte interno aos membros das fazendas coletivas até 1974. O fim do comunismo não mudou muito as coisas, exceto pelo fato de que agora os agricultores podem largar o campo. Por falta de interessados em se tornar proprietários, o Estado continua dono de 95% da terra.
No México, onde tudo começou, a reforma agrária agoniza. O ejido, a propriedade comunal explorada individualmente, segundo a tradição indígena, viveu anos de relativa prosperidade entre 1940 e 1965, mas retrocedeu diante da produtividade crescente das modernas empresas rurais. Sessenta anos depois da revolução, o México está de volta ao ponto de partida. Em Chiapas, no extremo sul, alçou-se o exército de camponeses que reivindica a estirpe zapatista. Na terra onde nasceu, a reforma agrária produziu um paradoxo dramático: transformou uma imensa massa de sem-terra numa imensa massa de pequenos proprietários sem perspectivas. É o que de mais parecido existe com o Brasil. 25.10.2018
REvista Veja.
Postado por Fabrícico Colombo às 09:47
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Marcadores: GEOGRAFIA AGRÍC