As eternas falácias da ideologia abortista

As eternas falácias da ideologia abortista
Miguel Carqueija

“Quando falo de cuidado, de tempo, de espaço, quero dizer que a criança, ainda no ventre, precisa de todos os cuidados. E cuidar bem da criança no ventre é igual a cuidar bem da mãe que a gera; tudo o que agride a mãe, agride também a criança; tudo o que alegra a mãe, alegra também a criança. Pai e mãe precisam ter tempo para cuidar da criança, para acarinhar a criança, para falar, cantar, sorrir, brincar com ela, desde o ventre materno.”
(Padre Pedro Cunha, “Heranças”)

Desde há muitos anos lido com a questão do aborto e da defesa da vida humana desde a concepção. E uma constante nas intermináveis discussões que ocorrem na mídia ou a nível pessoal é a insistência dos partidários do aborto nos mesmos argumentos, alguns terrivelmente falhos, e milhões de vezes respondidos e desmoralizados; porém continuam repetindo os mesmíssimos argumentos e, pior, saem pela tangente quando se trata de entrar no mérito da questão.
Utilizarei aqui o método de São Tomás de Aquini na sua “Suma Teológica”, pois o grande mestre abordava, nas diversas questões teológicas, os argumentos dos adversários, para em seguida, por meio do “sed contra” (“mas”) responder e desmontar os tais argumentos. Vejamos o que algam os abortistas, conforme eu constatei ao longo das décadas:
1) A mulher tem o direito de decidir sobre o seu próprio corpo.
SED CONTRA – Como é aliás óbvio, não se trata do corpo da mulher. O nascituro, o embrião, é outro corpo, com seu próprio DNA e perfeitamente individualizado. Se fosse o próprio corpo da mulher ela estaria praticando mutilação, mas não é o caso. Não custa nada, aliás, estudar sobre a vida intra-uterina, que se desenvolve rapidamente a partir do zigoto (quando se unem espermatozoide e óvulo, os elementos masculino e feminino, fechando o ciclo da vida).
Podemos aliás lembrar que ninguém tem em sã consciência direito absoluto sobre o próprio corpo. Nós a rigor não somos donos de nada, tudo recebemos de Deus, somos fiéis (?) depositários. Caso contrário seria preciso meter na prisão todos os policiais e bombeiros que impedem suicídios.
2) É a mulher que deve decidir, pois é ela quem engravida.
SED CONTRA – Isto nos remeteria de volta ao Império Romano pagão, quando no caso o pais detinha direito de vida e morte sobre os filhos menores de idade. Qual a diferença entre matar no ventre e fora do ventre? Moralmente, nenhuma. A maior parte das mulheres é contra o abortamento – o amor materno fala mais forte que as agruras da vida – e homem também faz aborto. Muitas vezes é dos homens a decisão de matar o bebê. Em todo o caso aborto é homicídio, no sentido próprio da expressão, e é esse aspecto que os abortistas costumam fugir de discutir. A lei não pode permitir o homicídio de bebês, pois isto equivale à pena de morte para inocentes, ou seja, uma aberração do Direito. Além disso a maior parte dos nascituros que são vítimas fatais dos abortos, são do sexo feminino. São meninas.
3) Aborto é questão de saúde pública.
SED CONTRA – Pelo mesmo esquisito argumento se justificaria o extermínio de mendigos, idosos, enfermos ou qualquer grupo heterogêneo que fosse considerado incômodo, como os nazistas fizeram com os judeus na II Guerra. Antes de ser questão de saúde pública é questão de Direito Natural: o nascituro tem ou não direito à vida? Se ele não tem então ninguém tem, pois direito à vida é congenial e não adquirido. Tem de ser reconhecido na fonte. Essa ideologia é um tiro no pé. Os defensores do feticídio não correm o risco de serem abortados porque já passaram pelo parto. Mas lá adiante pode aguardá-los a eutanásia contra a sua vontade, como vem ocorrendo em alguns países, ou seja, a vida humana está cercada pela cultura da morte.
4) Sou contra o aborto mas a favor da sua legalização.
SED CONTRA – E qual é a diferença? É o mesmo que dizer: “Sou contra o assalto a mão armada mas a favor da sua legalização”.
5) O aborto deve ser legalizado para impedir tantas mortes de gestantes nas clínicas clandestinas.
SED CONTRA – Essa objeção parte de uma falácia. Nos países onde o abortamento foi legalizado, e isso é fato comprovado, continuam acontecendo em quantidade os abortos clandestinos. Muitas pessoas, homens e mulheres (lembrando aqui que homem também faz aborto, e como faz!) procuram um abortório clandestino não porque a operação seja proibida, mas para resguardar o sigilo. Afinal, aborto é coisa vergonhosa, moralmente torpe, trata-se de eliminar uma vida inocente em desenvolvimento. É preciso esconder da família, da sociedade, dos amigos. Portanto, mesmo que legalizem essa infâmia no Brasil, as clínicas clandestinas continuarão existindo, bem como o “aborto de fundo de quintal” feito por curiosos.
É ingênuo de resto pensar que nas clínicas legalizadas tudo saia às mil maravilhas (menos para a criança é claro) com todos os requisitos de assepsia e eficiência. O documentário “Bloody money” (dinheiro de sangue), exibido alguns anos atrás no Brasil, mostra bem que mesmo nos Estados Unidos, mesmo no chamado Primeiro Mundo, ocorrem lambanças terríveis onde as gestantes inclusive perdem a vida. De qualquer forma, não escapam da síndrome pós-aborto” que lhes arruinará a vida. Sei de casos onde o que salvou mulheres que praticaram o aborto foi terem se convertido à Fé cristão, pois Deus a tudo perdoa se houver sincero e profundo arrependimento.
E lembremos: mesmo que essas condições ideais ocorram, msmo que a gestante saia fresca e leve da cirurgia, um bebê foi assassinado, descartado cruelmente. Por uma conspiração de homens e mulheres. Não esqueçam que os abortórios querem sempre que as gestantes abortem, pois vivem disso, financeiramente falando.
6) O aborto é um direito da mulher.
SED CONTRA – O direito de uma pessoa termina onde começa o direito da outra. Então o nascituro não tem nenhum direito, nem o Estado deve protegê-lo? Se existe Estatudo da Criança. Do Adolescente, do Idoso, por que excluir os nascituros? Teremos portanto toda uma vasta categoria discriminada e sem apoio da Lei e do Estado? Além disso esquece-se com frequência que muitas mulheres são induzidas e até obrigadas (inclusive sob espancamento e ameaça de morte) a abortar. Esconde-se também o fenômeno do abortamento seletivo de meninas. Por causa disso, segundo fui informado por Richard Foxe, já existe na China um superavit de 100 milhões ou talvez 150, de homens sobre mulheres, homens condenados ao celibato por falta absoluta de mulheres em número suficiente. Isso, de tanto matarem meninas no ventre, como fazem muito na Ásia (se for menina, matam) e também em menor escala no Ocidente. Portanto, se o aborto é um direito da mulher, então é o direito que ela tem de ser exterminada.
O ABORTO É O SUPRA-SUMO DO MACHISMO E FEROZMENTE DEFENDIDO PELAS IDEOLOGIAS MAIS RADICAIS DA ESQUERDA E DA DIREITA, COMUNISTAS E NAZISTAS.

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2018.


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