A PRESENÇA NA AUSÊNCIA
Prólogo
06 h : 33 min – 14 de agosto de 2018: O tema ora abordado parece um contrassenso ou dicotomia existente apenas nas mentes dos alunados. Em absoluto. Estou lúcido, saudável e muito capaz.
Tanto assim é que caminho todos os dias 8 km na pista do estacionamento do Walmart. Hoje, com um sol esplendoroso, fui mais além: Caminhei 9,6 Km no tempo de 120 minutos.
Durante a caminhada, no estacionamento espaçoso do Walmart, sito na cidade do Rio de Janeiro, Cachambi, Zona Norte, ouvindo a Rádio Globo FM (programa Café das Seis), sob a magistral coordenação dos radialistas Fernando Ceylão (extrovertido, eclético e vocacionado para as artes cênicas) e Carolina Morand ouvi uma história singular e emocionante:
A PRESENÇA NA AUSÊNCIA
“um italiano de 70 anos assiste o pôr do sol todos os dias com um retrato (fotografia) da falecida esposa”.
Confesso que me emocionei, não nego, a ponto de chorar em silêncio. Esse aludido italiano, atualmente, tem a mesma idade que eu e quando ele iniciou o namoro com sua falecida esposa ela contava apenas dezesseis anos de idade, isto é, três anos a mais do que tinha, à época, a minha eterna namorada Maria de Fátima Rodrigues Pereira mãe dos nossos três filhos e avó de quatro netos.
CONCLUSÃO
Não há como contestar a assertiva: Saudade é mais do que a ausência porque é a vontade, desejo ou ansiedade da presença física ou espiritual de alguém. Saudade é um sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de experiências prazerosas outrora vivenciadas.
Breve, muito breve, um terço de meus filhos e metade dos meus netos vão partir para muito longe e eu já sinto essa nostalgia medonha. Mas vou fazer igual ao italiano: Assistirei o pôr do sol segurando as fotografias de suas imagens risonhas. E nos meus sonhos coloridos, com a força das asas vigorosas de Morfeu, eu os visitarei sempre que me for permitido.
Quando eu escrevi e publiquei no Recanto das Letras o texto intitulado: “ESCRITOS AVULSOS” fui felicíssimo, salvo outro juízo, ao explicar o significado de nostalgia.
Encerro este atual escrito transcrevendo o que se segue:
Nostalgia é um sentimento que surge a partir da sensação de não se conseguir mais reviver certos momentos da vida. O interessante sobre a nostalgia é que ela aumenta ao entrar em contato com sua causa e não diminui com o sentimento da saudade.
Isso está acontecendo com o italiano de 70 anos que assiste o pôr do sol ao lado do retrato de sua falecida esposa.
Ocorre comigo e acontecerá sempre com todos os seres verdadeiramente apaixonados e que tenha em comum a sublimidade da razão estribada no amor mais fraterno do que carnal.