PELA HARMONIA NAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS

Os incômodos não manifestados se transformam em enfermidades e danificam as relações. No âmbito profissional isso é ainda mais complicado quando, diante do incômodo, a pessoa afetada evita falar sobre o assunto com quem realmente deveria, por não se sentir à vontade, e opta pelo “silêncio”.

A grande questão é esse “silêncio”, quebrado a todo instante, quando a pessoa incomodada busca alívio para seu sofrimento desabafando com outros colegas, e o faz dando maior dimensão ao problema porque precisa ser apoiada. Quando estamos magoados é comum que nos sintamos insatisfeitos se alguém tenta nos mostrar que há o outro lado da história. Ou se tentam nos fazer enxergar a nós mesmos, em nossas fragilidades. Temos necessidade de ter por perto pessoas que compartilhem da nossa opinião e que nos ajudem na construção da imagem negativa que queremos propagar do outro, alimentados pela nossa raiva. Enfatizamos os defeitos do outro, usamos coisas que sabemos sobre sua vida, sempre nos colocando como vítimas, na tentativa de sairmos “vencedores” de um embate que sequer deveria existir numa relação profissional.

Guardado, o incômodo incha e se transforma em raiva, ressentimento, ranço, transformando a pessoa num ser cruel, capaz de, num ato covarde, acusar pelas costas. Por isso, ao quebrar o silêncio, a pessoa incomodada vomita o que deveria ser dito à pessoa com quem precisa resolver o conflito, dizendo muito mais do que deve ser dito, atacando, utilizando falsas acusações, numa demonstração reveladora de ausência de caráter.

Um colega sensato, que pondere quanto aos seus sentimentos, que o faça refletir sobre a situação e, mais que isso, oriente a busca do diálogo com a pessoa causadora do incômodo, pode representar o caminho para a solução do problema. Do contrário, aqueles que se dizem “amigos”, que o apoiam em suas denúncias públicas (nos ambientes da empresa e até fora dele) contribuem para o mal maior, a discórdia. E muito provavelmente sairão de cena no momento em que perceberem a confusão feita, como se não tivessem participação alguma.

A dica é: amigo que é amigo não inflama sua raiva, não promove a fofoca, não participa de complô contra os outros. Amigo que é amigo escuta, pondera e opina, não a seu favor, mas a favor do que é sensato, do que é correto, mostrando o que é real da situação e o que é acréscimo, resultante de mágoa e raiva.

Portanto, se algo numa pessoa incomoda você, a recomendação número um é: fale com a própria!

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 10/08/2018
Código do texto: T6414938
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