ERRAR É ATO DE IRRESPONSÁVEL!

Prólogo

OBSERVAÇÃO OPORTUNA E PERTINENTE: Com este texto despeço-me de meus amáveis leitores e leitoras. Não mais publicarei textos no Recanto das Letras ATÉ O MÊS DE OUTUBRO DE 2018.

Também a partir de hoje não mais acessarei o WhatsApp para me comunicar com meus afins. O motivo? Estou entrando em um agradabilíssimo período de férias trabalhistas e sociais.

Durante as férias vou alongar minhas pernas, arejar a mente e aspirar outros ares noutras plagas tão agradáveis tanto quantos são os papos com meus assíduos leitores e seguidores nas redes sociais (com exceção do Facebook).

Quando eu voltar, em outubro próximo, prometo dar continuidade não apenas às crônicas, contos e ensaios, mas principalmente às críticas proficientes e enaltecedoras das autoestimas de todos (a minha inclusive).

UM SÁBADO FRIO E CHUVOSO

Sábado: 04h43min – 07/07/2018 – Chovia fino. Sai de casa com meu fiel companheiro Hulk. Trata-se de um cão pontualíssimo. Se eu atraso um tempo qualquer, por menor que seja, ele late forte escandalizando a vizinhança. Voltei. Fiz a barba. Tomei meu fortíssimo café e fui à padaria vestindo a camisa personalizada da seleção canarinho. A moça do caixa disse, perguntando entredentes, mas com sorriso zombeteiro: “O senhor ainda está usando esta camisa?” – (SIC).

RESPONDI À LINDA MOÇA DE SORRISO DEBOCHADO

Minha camisa não me envergonha! Há vitória em uma derrota. Essa vitória caracteriza-se pela experiência adquirida numa disputa. Ademais, a cada erro, se é que podemos considerar erro a perda em uma competição, descortina-se a necessidade do aprimoramento para a próxima copa! Continuarei vestindo a camisa da seleção brasileira porque sei e compreendo que saber perder é também uma dificílima vitória.

SERÁ QUE ERRAR É, DE FATO, HUMANO?

Até os meus dezessete ou dezoito anos de idade eu ouvia sempre a mesma ladainha: “Errar é humano!”. Ora, todos nós, uma vez ou outra, já ouvimos a expressão: “Errar é humano” ou “Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice”. Há outras variações dessa frase que é considerada sabedoria popular. Não sou exceção e inúmeras vezes ouvi essa tolice.

Escrevo que o esconso aprendizado “Errar é humano” foi (é) improficiente porque desde que incorporei ao Exército Brasileiro para cumprir o Serviço Militar inicial, no ano de 1968, aprendi que errar é coisa de desidioso, relaxado, desatento, preguiçoso, incompetente, desqualificado, babaca, leviano, anarquista e ato de irresponsável!

OS INSTRUTORES FORAM CORRETOS E ESTAVAM CERTOS

Nós todos, jovens glabros, estávamos maravilhados com os ensinamentos dos instrutores impecavelmente fardados, usando coturnos bem lustrados e fivelas brilhantes; seus cabelos cortados à moda “Príncipe Danilo”, unhas aparadas e limpas; suas vozes ditavam palavras convincentes: “Quem for trabalhar com explosivos não poderá errar sob pena de não poder contar nada sobre seu erro”.

Ah! Esse era o meu sonho (fazer cursos perigosos e trabalhar com explosivos). Eu também queria ser um sargento e até um oficial... Quem sabe? Poderia ser um tenente ou capitão para falar bonito e vestir uma farda tão vistosa! Certamente dezenas de centenas de rapazes de minha idade pensavam iguais a mim.

Todavia, as vagas eram limitadas. Muitos queriam, mas poucos podiam. Assim acontece numa competição desportiva. Assim aconteceu com a nossa e outras excelentes seleções de futebol. Só haverá um campeão, mas todos são vencedores!

CEDO COMPREENDI QUE ERRAR NÃO É HUMANO

Já no curso de formação de soldado, em 1968, eu compreendi que os nossos instrutores estavam certos: ERRAR É ATO DE IRRESPONSÁVEL! Isso se aplica, principalmente, ao caso do manuseio de explosivos e outros produtos químicos. É claro que existem erros leves, médios e graves. Para cada um dos atos há uma consequência proporcional ao dano como consequência pela desídia, imprudência e/ou negligência.

Foi sob essa égide como um escudo forjado no cadinho da esperança, que só pertence aos destemidos, fortes e vencedores, que tive minha convicção formada. Estudaria mais ainda e na época das inscrições eu seria um dos milhares de candidatos à matrícula na Escola de Sargentos da Armas – EsSA.

No certame de âmbito nacional, em 1969, em Campina Grande, PB, fui candidato único aprovado para frequentar o curso na EsSA. Essa história meus leitores já a conhecem porque está publicada no Recanto das Letras.

COPA DO MUNDO É UMA COMPETIÇÃO DE ALTO NÍVEL

A Copa do Mundo na Rússia, que teve início em 14 de junho de 2018, iniciou com 32 (trinta e duas) seleções de futebol, mas apenas uma seleção será a campeã. As trinta e uma seleções NÃO VENCEDORAS não são perdedoras. São competidoras! Esse é o meu entendimento respeitando as opiniões divergentes.

As seleções vencidas conduzirão para seus países não a tão cobiçada taça de campeão, mas o estandarte da experiência, da peleja, da luta com lealdade e espírito desportivo numa competição de alto nível. Nesse tipo de certame não há atleta despreparado. Todos têm o gabarito que a modalidade desportiva requer.

A vitória de uma derrota é a experiência adquirida e que a cada ínfimo descompasso descortina-se a necessidade do aprimoramento para a próxima competição! Escrito isso compreendo e transmito que saber perder é uma vitória difícil. Não há conquista sem preparo, sem estudo, sem qualificação, sem fé, sem determinação! A vida é uma infinita luta onde só perde quem desiste de adquirir a mais excelente condição.

Quem perde e não desanima, não perdendo a garra e o entusiasmo, é também vitorioso porque possui, em seu íntimo, a coragem e a dignidade de ter perdido lutando, pelejando. Quem luta, quem não se acomoda, quem melhor se prepara, certamente, mais cedo ou mais tarde, conquistará aquilo que almeja.

CONCLUSÃO

SAIR DO FACEBOOK NÃO É (NÃO FOI) UMA DERROTA

Sai do Facebook, mas não desisti das pessoas! 15 dias antes de me desligar do Facebook eu expliquei que, por incompatibilidade funcional e conveniência pessoal o que pouco sei, outros chamam de sabedoria, afastou-me de pessoas que não me curtiam, não comentavam meus escritos e só me enviavam desenhos de palminhas, corações pulsantes, polegares para cima e outros “emojis” garatujados, respeitosamente, para mim irrelevantes.

Recebo excelentes vídeos e áudios até hoje! Mas, outros amigos e amigas, às vezes, me enviavam (Ainda enviam fazendo isso pelo WhatsApp) pequenos e/ou longos textos sem conteúdo emocional, palavras e histórias copiadas da web tais quais vídeos, "fake news", gracinhas (memes), correntes, orações e cânticos. Essas amizades aprendiam com meus ensinamentos, mas não havia reciprocidade porque elas se acomodaram com o simples replicar do que dos outros também recebiam.

A desídia ou descaso das pessoas pouco ou nada criativas aproximou-me de outras. Não desisti das pessoas! Repito para não cair no esquecimento: “Quem sai de uma competição e não desanima, não perdendo a garra e o entusiasmo, é também vitorioso “.

Foi assim que conheci excelentes pessoas, não menos simples, de diversificados níveis culturais e profissionais, também com pouca iniciativa, excessivamente travadas e/ou cautelosas, mas que eu nunca imaginava conhecer e isso foi bom em demasia.