NARCISISTAS!

“Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu? ” Esta fala tão conhecida por todos nós é de uma rainha do conto infantil “A Branca de Neve”, que todos os dias perguntava a seu espelho se havia alguém em seu reino mais bonita que ela. O espelho, por sua vez, sempre respondia: “Não, minha rainha, não há”. Até que um dia ele disse que sim, havia e, seu nome era Branca de Neve. O resto da história você encontra nos “youtubes e DVDs da vida.” Fazendo uma analogia para os nossos dias, o narcisismo tem sido a grande marca deste século. Se o século 19 foi marcado pela cultura racionalista onde o pensar coerente era o que mais importava, o século 20 vem sendo caracterizado por um forte “Eucentrismo.” É fato que o ser humano destes seus primórdios sempre foi um ser vaidoso. É característica nossa querer ser atraente, belo (a) e sedutor (a). Alias, até mesmo os animais em muitos pontos são assim também. E não há mal nenhum nisso. O desejo em querer aparecer e “gritar ao mundo” que existimos, nasce na infância, aflora-se na adolescência, firma-se na juventude e, deveria estar maduro na vida adulto. Deveria. Por quê? Porque o que estamos presenciando atualmente é um verdadeiro endeusamento do EU. Frases do tipo: “Eu sou o cara, eu sou a mina, sem mim nada podeis fazer (usando as palavras de Jesus), vem regendo os chamados tempos pós modernos. O Facebook, por exemplo, tem sido um verdadeiro antro narcisista (nada contra, pois é uma ferramenta muito útil se bem usada). Parece que as pessoas lá (sem generalizar), precisam a toda hora mostrar que são, fazem, compram, viajam, etc. Aquela velha separação entre o que é público e privado praticamente não existe mais. Tudo, absolutamente tudo precisa ser publicado, mostrado, admirado, invejado, curtido e tudo mais. “O penso logo existo do filósofo racionalista Renê Descartes”, foi substituído pelo: “Compro, viajo, me caso e publico, logo existo. Assim, se o filho nasceu? Publica. Se casou? Publica. Engravidou? Publica. Graduou-se? Publica. Viajou? Publica. “Oras, mas, isso não é um problema da pessoa, perguntariam “alguns muitos?” De certo modo sim. No entanto, o que ocorre é que nós vivemos em uma sociedade. Dentro dela, nos relacionamos em nossos empregos, universidades, esportes, e assim por diante. Com isso, é certeza que iremos nos encontrar, comprar, vender, se relacionar, trabalhar, e nos casar com pessoas “Eucentristas”. E, aí: Como agir? Como lidar com gente que só pensa, age e fala o tempo todo de si mesma? Enfim, precisamos urgentemente nos voltarmos para “os simples da vida”. Para aquelas coisas que fazíamos sem a necessidade do olhar do outro. Coisas que eram realizadas na mais pura espontaneidade sem querer aplausos e notoriedade. Pois, do contrario, o “deus” EU irá nos escravizar. Se é que já não escravizou!

Danilo D
Enviado por Danilo D em 12/06/2018
Reeditado em 12/06/2018
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