Greve dos caminhoneiros - Resultado
Enclausurada por um tempo, o movimento de greve voltou a tona, desta vez encabeçada pelos caminhoneiros autônomos.
Uns a favor e muitos contra, inclusive a maioria dos caminhoneiros que ficou preso nas estradas, lá estava contra a sua vontade.
Não vou entrar o mérito de quem tem razão ou quem não tem, mas apenas analisar como ela foi feita e os seus resultados.
Sou a favor de qualquer greve, desde que seja livre. O que quero dizer é que a adesão a uma greve deve ser por opção e não por coação. Quem quer faz greve, e quem não quer, não faz.
Alguém aí vai dizer que se não obrigar, ninguém entra na greve. É exatamente neste ponto que a greve se torna ilegal, visto que quem não quer fazer greve é porque está contente com a situação.
A greve é um direito constitucional como também o é o direito das pessoas quererem trabalhar.
Essa história de uma meia dúzia de trabalhadores decidir que toda uma categoria deve entrar em greve não passa de uma ditadura do proletariado.
Digo ditadura, porque se os demais não querem aderir a greve não podem ser obrigados a isso.
Não podemos dizer que a greve foi um sucesso, primeiro porque depois de uma semana de paralização, brigas, falta generalizada de produtos e muitos prejuízos, os ganhos foram pífios.
Penso até que o maior beneficiado com essa paralização foi o governo. Pelo menos ele aproveitou o embalo e recriou impostos via re-oneração que ao final das contas serão pagos pelos próprios grevistas.
O Governo reduziu alguns impostos, mas aumentou outros. Trocando em miúdos o governo baixou 10, subiu 20 e ao final ficou pior do que estava.
Faço essas considerações para lembrar o eventual resultado positivo de qualquer greve, a curto ou a longo prazo sempre se volta contra os grevistas.
Num primeiro momento, os patrões cedem a pressão do movimento e concedem aumentos ou outras vantagens pleiteadas pelos grevistas.
Com o fim da greve, depois de tudo normalizado, parte dos grevistas é demitida e ao final tanto os que perderam o emprego quanto os que ficaram empregados vão pagar a conta do aumento no custo dos produtos.