MILITAR INCOMPETENTE
            Arnaldo Jabor é um cronista que tenho respeito por suas opiniões, vejo ele abordar questões que merecem coragem de ser ditas, colocando na nossa frente uma realidade que nossa consciência ainda não tinha alcançado. Irei colocar neste espaço um texto feito por ele sobre os militares.
            Militar é incompetente demais.
            Militar é incompetente demais!!!
            Militares nunca mais!
            Ainda bem que hoje tudo é diferente, temos um País sério, honesto e progressista. Cresce o grupo que não quer mais ver militares no poder, pelas razões abaixo.
            Militar no poder, nunca mais. Só fizeram lambanças. Tiraram o cenário bucólico que havia na Via Dutra de uma só pista, que foi duplicada e recebeu melhorias; acabaram aí com as emoções das curvas mal construídas e os solavancos estimulantes provocados pelos buracos na pista.
            Não satisfeitos, fizeram o mesmo com a rodovia Rio-Juiz de Fora. Com a construção da ponte Rio-Niterói, acabaram com o sonho de crescimento da pequena Magé, cidade nos fundos da Baía de Guanabara, que era caminho obrigatório dos que iam de um lado ao outro e não queriam sofrer na espera da barcaça que levava meia dúzia de carros.
            Criaram esse maldito do Proálcool, com o medo infundado de que o petróleo vai acabar um dia.
            Para apressar logo o fim do chamado “ouro negro”, deram um impulso gigantesco à Petrobrás, que passou a extrair petróleo 10 vezes mais (de 75 mil barris diários, passou a produzir 750 mil); sem contar o fedor de bêbado que os carros passaram a ter com o uso do álcool.
            Enfiaram o Brasil numa disputa estressante, levando-o da posição de 45º na economia do mundo para a posição de 8º, trazendo com isso uma nociva onda de inveja mundial. Tiraram o sossego da vida ociosa de 13 milhões de brasileiros, que, com a gigantesca oferta de emprego, ficaram sem a desculpa do “estou desempregado”.
            Em 1971, no governo militar, o Brasil alcançou a posição de segundo maior construtor de navios do mundo. Uma desgraça completa. Com gigantesca oferta de empregos, baixaram consideravelmente os índices de roubos e assaltos. Sem aquela emoção de estar na eminência de sofrer um assalto, os nossos passeios perderam completamente a graça.
            Alteraram profundamente a topografia do território brasileiro com a construção de hidroelétricas gigantescas (Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá e Itaipú), o que obrigou as nossas crianças a aprenderem sobre essas bobagens de nomes esquisitos...
            O Brasil, que antes vivia o romantismo do jantar à luz de velas ou de lamparinas, teve que tolerar a instalação de milhares de torres de alta tensão espalhadas pelo seu território, para levar energia elétrica a quem nunca precisou disso.
            Implementaram os metrôs de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza, deixando tudo pronto para atazanar a vida dos cidadãos e o trânsito nessas cidades.
            Esses militares baniram do Brasil pessoas bem intencionadas, que queriam implantar aqui um regime político que fazia a felicidade dos russos, cubanos e chineses, em cujos países as pessoas se reuniam em fila nas ruas apenas para bater-papo, e ninguém pensava em sair a passeio para nenhum outro País.
            Foram demasiadamente rigorosos com os simpatizantes daqueles regimes, só porque soltaram uma bomba de São João no aeroporto de Guararapes, onde alguns inocentes morreram de susto apenas.
            Os militares são muito estressados. Fazem tempestade em copo d’água só por causa de alguns assaltos a bancos, sequestros de diplomatas... ninharias que qualquer delegado de polícia resolve.
            Tiraram-nos o interesse pela política, vez que os deputados e senadores daquela época não nos brindavam com esses deliciosos escândalos que fazem a alegria da gente de hoje.
            Os de hoje é que são bons e honestos. Cadê os impostos de hoje, isto eles não fizeram!
            Para criar as coisas, ainda criaram o Mobral, que ensinou milhões a ler e escrever, aumentando mais ainda o poder desses empregados contra os seus patrões.
            Nem o homem do campo escapou, porque criaram para eles o Funrural, tirando do pobre coitado a doce preocupação que ele tinha com o seu futuro. Era tão bom imaginar-se velhinho, pedindo esmolas para sobreviver.
            Outra desgraças criadas pelos militares: trouxeram a TV à cores para as nossas casas, pelas mãos e burrice de um Oficial do Exército, formado pelo Instituto Militar de Engenharia, que inventou o sistema PAL-M. Criaram ainda a Embratel, Telebrás, Angra I e II, INPS, IAPAS, Dataprev, LBA, Funabem.
            Tudo isso e muito mais os militares fizeram em 22 anos de governo.
            Pensa!!!
            Depois que entregaram o governo aos civis, estes, nos vinte anos seguintes, não fizeram nem 10% dos estragos que os militares fizeram.
            Graças a Deus!!!
            Ainda bem que os militares não continuaram no poder!!!
            Tem muito mais coisas horrorosas que eles, os militares, criaram, mas o que está escrito acima é o bastante para dizermos: “Militar no poder, nunca mais!!!”, exceto os domesticados.
            Ainda bem que hoje estão assumindo o poder pessoas compromissadas com os interesses do povo.
            Militares jamais! Os políticos de hoje pensam apenas em ajudar as pessoas e foram injustamente prejudicadas quando enfrentavam os militares com armas às escondidas, com bandeiras de socialismo.
            Os países socialistas são exemplos a todos.
            Além disso, nenhum desses militares conseguiu ficar rico.
            Fiquei surpreso com este texto. Não imaginava que Arnaldo Jabor, mesmo com o tom irônico que lhe caracteriza, é tão simpático ao trabalho dos militares no comando do País. Mas, temos grandes lacunas na educação, não somo informados da realidade do que aconteceu e ainda acontece, da importância da Monarquia, do patriotismo dos militares no trato da coisa pública.
            Só vemos notícias desabonadora ao comportamento torturados de quem procurava acabar com a ditadura, e confesso que, mesmo não tendo sido prejudicado pelos militares nos meus anos de formação médica, mesmo assim eu defendia os “patriotas civis” que queriam libertar o País dos “trogloditas militares ditadores”.
            Quanta ignorância!