Falsíssimos

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Falsíssimos

Viver num contexto globalizado tem lá suas vantagens. Hoje, quase tudo que buscamos, em se tratando de pesquisas, encontramos na internet. Quase tudo mesmo! Para pesquisadores ou estudantes, estes, aflitos durante a elaboração dos trabalhos acadêmicos, a rede é suporte que faz a diferença – nos artigos já existentes, além ‘do quase tudo’, ainda encontramos as fontes, os autores, as referências... É só copiar, colar, ajustar aqui e acolá e pronto.

Aproveitando a tecnologia e minha inquietação poética, busquei o que falaram alguns pensadores sobre o amor. Afinal, como disse sir Isaac Newton, ‘se cheguei tão alto, foi porque me apoiei em ombros de gigantes!’ E, como dizem todos, ou quase todos os professores orientadores de trabalhos científicos: ‘Seu trabalho só terá validade se você citar autores consagrados!’ Portanto, em atenção aos docentes das academias, vamos aos fatos.

Segundo Platão, ‘o sentimento humano é o paradoxo da realidade concreta. Assim, quanto maior o vazio, mais rapidamente uma pseudorrelação tende a preenchê-lo. Isso nos serve como alerta nos momentos de carência, pois nessas horas podem surgir, além de efêmeros fantasmas, novos monstros, ingenuamente identificados como primevo amor ou nova paixão’. Para Fernando Pessoa, ‘a poesia é eterna. Ela fala da alma e do verdadeiro amor. Portanto, nunca morrerá’. Ludwig Van Beethoven traduziu a relação entre musicalidade e amor assim: ‘Escutemos a voz da saudosa ária que, viajando no espaço, alegra a lembrança do amor olvidado. Escutemos os sons “desconexos” dos animais que, levados a sério, revelam reflexos de amor, de ódio e de paz’. O ululante Nelson Rodrigues, no livro 100 frases selecionadas, mandou essa: ‘Tem gente que fala em guerra, que prega o medo e o ódio. Falo de amor, de tesão e de sexo também. Se você pudesse escolher alguém para estar ao seu lado, estaria com quem fala de ódio ou de amor, de desgraças ou de sacanagens? Estaria ao lado de quem sente e prega a desunião ou que prega a união de corpos num gozo fremente e inesquecível?’

Voltando ao mundo das tecnologias massificadas, ao mundo líquido, recordei de Luis Fernando Verissimo, o rei dos falsíssimos, o homem que mais assustadoramente tem sido alardeado nas redes sociais – ou você nunca recebeu um texto inverídico atribuído ao querido Verissimo, analista de Bagé? Por que, então, fiz referência logo a ele? Porque, certa feita, enviei para amigos um texto meu, tomando o cuidado de atribui-lo ao gauchão saxofonista. Não é que o texto foi aplaudido e recebi vários comentários sobre ele! Alguns reenviaram, postaram nas redes sociais... Que decepção, minha e dos meus amigos, quando avisei que o texto era todo meu. Esse é um dos riscos das redes sociais – Se você não checar a fonte, pode levar gato por lebre ou ‘Nini’ por ‘Veri’.

Para finalizar, uma dica: Use o CopySpider em todas as citações. Se encontrar mais que 3% de similaridade, pode protestar – é plágio de mim mesmo!

Na sutileza de um beijo revela-se uma alma.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 13/05/2018
Código do texto: T6335605
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