A Mulher na Sociedade Contemporânea
 
 
          “O sonho impossível?” é um filme de animação do YouTube que apresenta uma situação sem dúvida familiar para muitos: a mulher que trabalha fora e ainda tem de fazer tudo em casa sozinha. Foi publicado pela ONU Brasil, em 2012.

          Agora, imagina a situação:Isabel sai cedo para trabalhar— é uma engenheira bem-sucedida — beija Lucas, que vai levar as crianças à escola. No final da tarde, encontra-o ocupado com o jantar, conta sobre seu dia e para surpreendê-lo, leva-o até a garagem e o presenteia com um carro novo.
Sem dúvidas, as duas cenas são exageradas, mas servem para representar o papel da mulher na sociedade contemporânea.
 
           Homens e mulheres vêm ao longo de toda a história da humanidade desempenhando papéis completamente diferentes na sociedade. O homem é ensinado desde pequeno que deve ser o “chefe” da casa e deve trabalhar para sustentar esposa e filhos, já a mulher deve casar e se dedicar completamente à casa e à família.

          Porém, principalmente dos anos 90 até os dias de hoje, vem mudando aquela imagem patriarcal de mulher submissa. Atualmente, a mulher tem maior liberdade para tomar decisões sobre assuntos que antes não poderiam ser questionados como: casar, ter filhos, construir uma família, exercer uma profissão ou, até mesmo, exercer todas essas funções ao mesmo tempo, com o objetivo de compor a renda familiar. Aos poucos a mulher vem conquistando seu espaço e cabe ao homem, deixar de lado o preconceito e ajudá-la nas tarefas de casa.
 
          É verdade que a mulher brasileira conquistou muitos direitos e uma participação significativa na sociedade, entretanto quando se compara a sua condição à de mulheres de outros países, mesmo de latino-americanos, nota-se que há muito a ser conquistado. Mesmo com uma presença mais marcante no mercado de trabalho, é certo afirmar que muitas são as desigualdades:

• Geralmente, a mulher que decide trabalhar fora acumula tanto as suas funções trabalhistas como também as domésticas dentro do perfil familiar – o que as torna, na maioria dos casos, sobrecarregadas – vejam a animação citada acima.

• O número de mulheres que atuam no mercado de trabalho com formação acadêmica/superior ainda é minoria, mesmo que atualmente a maioria das cadeiras das faculdades e universidades de todo o país sejam ocupadas pelo público feminino.

• E mesmo quando ocupam grandes cargos, as mulheres ainda recebem salários com média de 30% inferior aos homens com a mesma qualificação do mercado.

• Outro agravante se refere aos cargos políticos — o número de homens nos poderes legislativo, executivo e judiciário ainda é maioria absoluta.
 
          E é exatamente tendo em vista essa desigualdade que ainda é forte, não só no Brasil e na América Latina como em uma grande extensão do globo, que ainda mantém enraizado um passado cheio de marcas negativas para a mulher – vista como elemento para reprodução e complemento para a vida do homem – que precisamos lutar pelos direitos das mulheres. É preciso fazer com que o papel dela seja exercido de uma forma cada vez mais livre e com base nas principais vontades e necessidades da figura feminina.É certo afirmar que muitos são os desafios que ainda precisam ser enfrentados nesse sentido.
 
          Há uma falsa ideia de que a mulher seja um ser frágil e indefeso, e que, por isso, precisaria de alguém que pensasse, decidisse e se responsabilizasse por ela. E apesar dos avanços que temos nos costumes, muitas mulheres se mantêm presas a esse estigma. A mulher precisa aprender que sua força é diferente da força do homem, mas é igualmente força, e que o uso dessa força e de suas potencialidades não a torna menos feminina. Penso que a mulher precisa, sim, de um trabalho de valorização pessoal, de valorização do feminino (não do feminismo), daquilo que é de sua natureza, e que passe a fazer uso de sua inteligência, intuição e sabedoria a seu favor e de toda uma sociedade que só tem a ganhar com a participação da mulher.
 
           É preciso buscar maior cuidado na educação que se dá aos filhos. O que essas crianças de hoje serão amanhã, na vida pessoal, na vida pública, profissional, social, política, moral e religiosa, depende em grande parte da forma como são educadas, dos princípios e valores que lhes são passados, não só pela educação formal, mas principalmente pela educação informal, pelo tipo de relação de convivência que se estabelece dentro do lar, entre pais e mães, e entre estes e os filhos e filhas. A educação é essencial para a realização plena da igualdade entre mulheres e homens, e para que tenhamos uma sociedade mais justa e mais humana no futuro.



 
 
 
Fheluany Nogueira
Enviado por Fheluany Nogueira em 08/05/2018
Código do texto: T6330856
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