VENDO NO ESPELHO RETROVISOR O FUTURO
VENDO NO ESPELHO RETROVISOR O FUTURO
FRANÇA, MAIO de 1968: a onda tsunami de protestos visava em primeiro lugar pedir reformas no setor educacional. A greve uniu todos os estratos sociais. Nada menos que nove milhões de pessoas foram às ruas. O movimento originou reivindicações semelhantes em quase todos os países europeus e americanos. As reivindicações se multiplicaram: o tempo histórico e o tempo biográfico se encontraram nas ruas.
AS MINORIAS (em maioria) que nunca haviam reivindicado voz e vez puderam extravasar seus traumas, complexos, neuroses, frustrações e patologias à vontade. A panela de pressão das tensões sociais explodiu. Dessa Pandora saíram os bichos e as bichas que ainda hoje trafegam através do Inconsciente Coletivo planetário.
AS IDEOLOGIAS do passado foram vencidas sem que fossem substituídas por outras. Ainda hoje!!! Até agora!!! A humanidade não soube repensar a transformação de suas instituições políticas, educacionais e econômicas. O flagelo da corrupção tomou conta de países dedicados a fazer valer o espectro retroativo e provecto do socialismo comuna.
O GRITO, série de pinturas do norueguês Edvard Munch (1893) servia de metáfora invisível às fisionomias, semblantes e às tristes figuras quixotescas nas multidões que agitavam um desespero oceânico em alamedas, veredas e demais logradouros públicos na busca desesperada de um horizonte outro, uma passagem inexistente para outra dimensão cotidiana que não fosse tão intolerável.
TODOS PARECIAM carentes de um futuro solicitado pelas propagandas de residências majestosas à beira de paisagens marítimas paradisíacas, inalcançáveis com seus habitantes circulando a céu aberto em Ferrari e Mercedes dirigidas por bem sucedidos executivos Mauricinhos, com modelos e atrizes que convidavam o TVespectador à participação em seus estilos de vida não tão ao alcance de todos.
A ECONOMIA de mercado mandava, através dos anúncios em jornais, revistas, thrillers e TVvisivos, o recado de que as benesses todas do “capetalismo” e da “nomenclatura” do socialismo científico (utópico), perverso e genocida, estavam ao alcance de todos. Até mesmo os filhos de um torneiro mecânico teriam acesso a fêmeas fogosas em iates de luxo com destilados importados e maltes escoceses.
MAS, MUITOS dos que buscam vida no bem-bom do Eros da corrupção institucional incestuosa, um sem número de vezes encontram Thanatos na cara dura. E a navegação espúria e fraudulenta num mar de “céu de brigadeiro” ou numa “casa de chá no luar de agosto”, esbarra com a justiça do juiz Sérgio Moro da abençoada República de Curitiba, em contraponto com os membros criminosos da República Federativa dos Bandidos.