O Aborto

Sem duvida alguma, o aborto é um tema que, há muito tempo, permeia por todas as classes sociais, filosóficas, econômicas, morais, jurídicas, políticas, médicas e religiosas.

Assim, tão controverso quanto o próprio aborto é qualquer comentário ou opinião sobre o tema.

Mas como gostamos de uma boa polêmica, vamos nos aventurar por essa senda sem a preocupação de contentar gregos ou troianos.

Como se trata de um assunto que é do conhecimento geral e que, por isso mesmo, dispensa maiores explicações, partimos logo para uma analise simples e concisa.

Depois de discorrer sobre as diversas correntes, suas discussões e posições finalizamos nossa abordagem com considerações finais e damos a nossa visão, entendimento e opinião.

Então vamos lá. Basta se falar em aborto, que imediatamente se levantam correntes sociais, religiosas, políticas, medicas e jurídicas cada uma dando a sua opinião e defendendo suas posições.

Mas não se enganem, mesmo dentro das religiões existem alas contra e alas a favor do aborto. Da mesma forma, as divergências existem nos meios jurídicos, na medicina e na política.

São exatamente essas divergências de opiniões dentro das mesmas correntes que continuam gerando acalorados debates e dramas de consciência para os profissionais de cada área.

Uma coisa, porém é certa, salvo raras exceções, o que menos conta nesses debates é a vida. Os políticos se inclinam para o lado onde rende mais votos. Para os juristas não importa a vida, mas a lei.

Os médicos ficam entre a cruz e a espada, ou “salvam” a mãe dessa situação ou salvam o feto. As religiões seguem divididas se o feto tem ou não tem uma alma.

E, a sociedade, mal informada, acha que as religiões são contra e que somente os ateus, hereges ou agnósticos e que são a favor do aborto.

O curioso é que, por mais seleto que seja um grupo de debates, a mulher “grávida”, que é a mais interessada ou prejudicada nessa discussão, raramente é levada em consideração.

Ora, é muito cômodo e confortável discutir e dar solução sobre o problema dos outros ou enquanto o problema está do lado da lá.

De qualquer forma, todo mundo se acha no direito de opinar e ditar regras e leis sobre um assunto que só diz respeito a uma pessoa.

Quando dizemos que só diz respeito a uma pessoa é porque seja qual for a decisão da mulher, de abortar ou não, não vai prejudicar ninguém.

Em qualquer das situações é a mulher que vai sofrer as dores e o trauma de um aborto, ou ela própria é que vai ter que criar o filho, sem a ajuda de ninguém.

Por outro lado, raramente algum debatedor levanta uma bandeira em favor de uma mulher, estuprada e sem recursos para criar o filho e, muito menos, alguém contra o aborto, se prontifica a adotar a criança.

Pelo contrário, o que temos visto são falsos moralistas incriminar as mulheres que fazem abortos como se elas fossem as únicas culpadas. Esses hipócritas fingem que não sabem que só na cidade do Rio de Janeiro acontece uma média de onze estupros por dia.

Não falamos das mulheres ricas que abortam porque todo mundo sabe que a lei, a sociedade e as próprias religiões dispensam um tratamento diferenciado para quem tem dinheiro. Em outras palavras, mulher pobre não pode abortar, mas as mulheres ricas podem.

Ainda, dirão alguns, ah, mas o aborto é um crime e outros dirão que o aborto é contra a lei de deus. As favas, essas opiniões.

Por acaso alguém se preocupa com os milhares de crianças que não tem onde morar, o que comer, nem o que vestir? Com as que morrem por falta de remédios, atendimento nos hospitais ou com as que sobrevivem e são abandonadas a própria sorte?

E a lei de deus? Bom, a lei de deus é muito relativa, quem já leu a bíblia sabe que deus, por diversas, vezes mandou matar crianças inocentes e que não foram poucas.

Todas essas considerações nos levam a uma só conclusão: Só se configura o crime quando a mulher aborta, mas quando a sociedade, as religiões, a lei e os governos deixam as crianças morrer por falta de recursos, aí não existe crime algum.

Ora, quem não ajuda que não atrapalhe. Se a sociedade, religiões, estado e a lei não querem ou não podem atender os recém-nascidos ou as crianças pobres, com que autoridade pretendem ditar normas sobre vidas que poderão vir?

Por tudo isso, somos de opinião que o aborto é uma questão pessoal da mulher e nem a sociedade, nem a religião, nem o estado e muito menos a lei deve interferir na sua decisão.

Abortar ou não, é uma decisão exclusiva da mulher que a deve tomar de acordo com a sua consciência, situação, foro intimo, a sua conveniência, convicção religiosa ou condições financeiras.

Mas muitas mulheres pobres, sem ter para onde correr ou onde encontrar ajuda, buscam auxilio nas clínicas clandestinas onde, muitas vezes, morrem sem qualquer assistência.

Por isso, ao invés de proibir o estado e a lei deveriam se ocupar de dar assistência médica e acompanhamento para as mulheres que optem por um aborto.

Para finalizar, podemos dizer que este problema do aborto é muito fácil de ser resolvido, basta que todos os que são contra se prontifiquem a recolher todas as crianças nascidas nestas condições, as levem para suas casas e as criem como filhos e filhas.

Jhon Macker

05/05/18

Jhon Macker
Enviado por Jhon Macker em 05/05/2018
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