Alfie Evans: o Estado contra um bebê

ALFIE EVANS: O ESTADO CONTRA UM BEBÊ
Miguel Carqueija

No começo desta semana a justiça britânica autorizou e o Hospital Alder Hey, de Liverpool (Inglaterra) desligou os aparelhos que mantinham vivo, desde dezembro de 2016, o bebê Alfie Evans, nascido em 9 de maio de 2016 e que sofre de uma rara doença neurológica, talvez a miopatia mitocondrial, pois o mal do menino não está de todo identificado.
Apesar disso, embora houvesse a opinião médica de que Alfie não sobreviveria sem os aparelhos, ele sobreviveu por dez horas e afinal houve o religamento. Alfie continua vivo. Estamos diante de um milagre?
Há tempos os pais de Alfie, que não desejam a eutanásia de seu filho, lutam para recuperar o controle da situação. É preciso entender que o Estado, a Justiça ou qualquer hospital não podem usurpar o direito dos pais, não numa sociedade democrática. O Papa Francisco já pediu por Alfie e já ofereceu assistência na Itália. O governo italiano sinalizou que recebe o bebê. A justiça britânica não aceitou, os pais vêm perdendo em todas as instâncias. Até o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já pediu pela criança.
Por que todo esse empenho em acabar com a vida de um bebê?
Thomas e Kate, pais de Alfie, vêm lutando como dois heróis contra esse leviatã que derrama ódio sobre uma criança indefesa, como o grande dragão vermelho do Apocalipse.
A Rainha Elizabeth II, que consta ser uma pessoa humana, não pode entrar na liça? E a Primeira Ministra, está em silêncio? Alfie já ganhou cidadania italiana mas o hospital de Liverpool mantém essa criança sob sequestro, passando por cima do direito dos próprios pais.
Terá a Grã-Bretanha se transformado num país comunista, que não respeita os direitos humanos?

Rio de Janeiro, 27 de abril de 2018.