E AGORA GENERAL?

"Alguns diziam que ele utiliza recursos da Receita Fiscal

para fins políticos ambíguos,

especialmente para neutralizar

aqueles que não eram seus amigos

Outros sustentavam que ele (presidente) estava fazendo uma devassa

em pilhas de cadastros pessoais,

e perguntavam-se o que os seus estavam fazendo

espalhados pelos salões da Casa Branca.

Havia boatos de abusos de campanha

e lavagem de dinheiro,

uma lista de escândalos tão incríveis

que o presidente apenas chamava-os de desprezíveis.

Mas à medida que os meses passavam, transformando-se

numa eternidade,

não era preciso ser um arguto observador

. para perceber que o presidente !

tinha problemas com a verdade.

Mas surgiu outro escândalo,

e este último é da pesada !

...

No exercício do poder adquire-se o tino

de executar variações da verdade no violino.

O presidente era capaz de lidar com o escândalo,

fato ou ficção,

e mesmo quando arrasado jamais comprometia sua dicção.

Culpava os outros pelas negociatas

e os megamagnatas,

e tinha o desplante de dizer a todos

estar salvando o futuro e as crianças de destino atroz.

Anunciava programas a toda hora

e inventava histórias para a mídia.

Fazia qualquer negócio

para desviar a atenção da perfídia.

Os versos acima são de autoria do escritor americano Steve Martini, no conto "Justiça Poética", incluso no livro "Contos legais", da Editora Rocco, onde o autor narra em versos e poesia, as sorrateiras artimanhas de um presidente americano inescrupuloso, acobertados por um advogado imoral e ardiloso.

Parece escrito por autor brasileiro, no momento atual.

Lembrei-me desse pilantra presidente hoje, quando li sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).

Está claro afirmar que foi um soco no estomago da intervenção militar no Rio de Janeiro.

O assassinato foi executado para provar que o crime organizado está instalado no comando das milícias, do PCC e na Polícia Militar.

Nem faz uma semana, Marielle denunciou as violências cometidas pelo 41º Batalhão da PM. Levou o troco quase de imediato.

Foi aviso para outros não delatarem; nem confiarem no exército.

E agora General?

Sabe-se que o Exército trouxe para o Rio de Janeiro como uns dos principais objetivos da intervenção a promessa de limpeza da Polícia Militar dos maus profissionais, bem como ferir de morte as milícias atuantes ao lado da corporação e de criminosos.

Portanto, o crime escolheu um símbolo.

Marielle era uma unanimidade entre as pessoas inteligentes e dotadas de intenções honestas, como políticos, advogados, procuradores, membros do judiciário, jornalistas, pensadores, etc.

Os tiros que ela recebeu foram direcionados aos militares e aos que defendem a intervenção militar.

O interventor, General Souza Braga,demonstra ser pessoa de bom senso.

Não é tolo.

Sabe que o Exército está sendo usado por um presidente desprestigiado para dar "aparência de prestígio" às pessoas que apoiaram o espúrio golpe de 2016.

Mas e agora?

E agora General?

Como explicar e justificar à caserna, aos comandados, à sociedade, que a farda foi convocada não para cumprir sua nobre missão, mas sim para dissimular o interesse corporativos de que tudo dever ser combatido e mudado... para continuar tudo do mesmo modo, ao sabor e interesse de corporações e pessoas desonestas.

E agora General que o crime contra a vereadora foi um recado à sociedade e às Forças Armadas, de que "o crime é maior que a lei; o crime é maior que a sociedade honesta e o exército que se quer exemplar?".

Agora General?

Como escapar dos versos finais do escritor americano citado:

"Ele e o presidente, ambos, saíram do mesmo berço,

Não fora através dos maus amigos que

Tinham sido cooptados.

Compartilhavam uma característica que

Ninguém poderia suspeitar;

Tinham os mesmos pífios princípios morais !"

Lembre-se General do ditado popular:

"quem mexe com lama acaba por ficar emporcalhado" !

E não custa buscar lição de Bertrand Russel:

"É fácil defender a perspectiva de que a opinião é omnipotente e que todas as outras formas de poder resultam daqui.

Os exércitos são inúteis a não ser que os soldados acreditem na causa por que lutam ou, no caso dos mercenários, tenham confiança na capacidade dos seus comandantes de os levarem à vitória.

As instituições dependem do respeito pelas leis.”

As leis foram assassinadas no golpe de 2016; os golpistas agora matam para sinalizar que mandam !

Ficam nessas linhas minhas palavras de indignação !

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Araçatuba-SP, 15/03/2015 + 3

Obrigado pela leitura.

Sajob