Ho(mens)(agem) às mulheres!

Não existem "masculino e feminino"! O que existe é "macho e fêmea"!

A natureza precisa desses dois polos para continuar a existir e se reproduzir! Assim é com plantas, animais (nem todos, a exemplo de alguns lagartos que apenas estimulam suas fêmeas a ovular, simulando a cópula, mas a fecundação não ocorre através deles, os machos), incluindo os humanos e as outras espécies "hominídeas" que já existiram em tempos remotos!

No entanto, os gêneros, como os vemos, são mera criação social!

Homens e mulheres são diferentes biologicamente e não "logicamente" ! As diferenças hormonais e fisiológicas são funcionais, apenas isso! Nesse sentido, as "funções" que cada espécime cumpre no contexto social estarão, sim, submetidas a tais condicionantes, mas isso não gradua esse ou aquele papel como mais ou menos relevante ou significativo, exceto se as partes envolvidas concordarem. É nesse ponto que as coisas se definem e se separam.

Assim, o que vemos é a preservação de relações que supostamente satisfazem a uns e desagradam, incomodam, a outros, desde sempre, inegavelmente. Injustas, e violentas, porque desiguais, mas, e sobretudo, hipócritas e coniventes!

Hipócritas porque, justamente o lado que é o "reclamante", age comodamente, perpetrando, quando não incentivando, a situação vigente. Coniventes estão os dois lados, conservando privilégios ou angariando novos, ambos, a despeito do visível choque de interesses e respostas negativas, ao menos nos discursos de parte a parte.

"Dia de homenagear" o "feminino" é, de fato, um dia para ser comemorado!

Um lado está feliz, e o outro, (através da manutenção e conservação daquilo que lhe interessa, para que tudo continue como está) fazendo a sua parte.

Elas esperaram (um ano) que eles façam isso, e eles o fazem porque sabem que elas esperam! Mais ou menos como homenagens no aniversário, ou flores no velório, ou ainda, sexo num motel, no dia dos namorados!

Vejamos: Há aqueles "masculinos" que se utilizam da fome do ego, em alguns casos, da gula, da vaidade "feminina", para alimentá-las com uma "ração extra" de elogios e ao mesmo tempo se colocarem como sendo eles próprios "especiais" por apoia-las em suas suas "justas causas"; também há, em instancias restritas (grupos em redes sociais) ou mesmo públicas, do universo "masculino", piadas e comentários "colocando-as no lugar aonde sempre estiveram e de onde não deverão sair", e pior, alguns "femininos" se permitem rir disso!

Quando "masculinos", em suas "piadas", "homenageiam" as "putas", as "barbeiras" ("femininos" que dirigem mal, supostamente apenas por serem "femininos"), e outras que tais, eles estão agradando, afagando, cumprindo o duplo papel de elogiar e " empoderar" (odeio essa expressão!) essas que são "inferiores" e portanto estão lhes dizendo, "olha, a gente também acha que vocês são, em parte, gente e mulher" , ao mesmo tempo em que não ofendem e, em contrapartida, diferenciam, e portanto, "empoderam", aquelas, as "outras", as "boas", as "honestas", as "inteligentes", reforçando a imagem, o mito, a cultura que determina existirem dois tipos de "feminino": Pra casar e pra "comer"!

Mas há também "femininos" que elogiam suas "correligionárias", enfatizando a "sensibilidade", a capacidade de realizar os papéis "She-Ra", "Mulher maravilha", mãe, esposa dedicada e fiel, namorada atenciosa, trabalhadora, e especialmente, a "beleza física", o principal e mais importante "atributo feminino", o papel que lhe "destinou" o "criador" de ser o "enfeite" do mundo, a beleza e sedução como razão de existir e de ser! Ufa! "Ser mulher é trabalho pra macho!". Que foi isso? Um elogio? Será?

Aproveito neste ponto para reconhecer meu erro ao afirmar no inicio deste texto, a não existência de "masculino e feminino"! Existe sim! Claro que existe! O "dia das mulheres" está aí para provar!

CrêsSer Julio Miranda

Julio Miranda
Enviado por Julio Miranda em 08/03/2018
Reeditado em 09/03/2018
Código do texto: T6274332
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.