TÁ LÁ O CORPO ESTENDIDO NO CHÃO...
Estamos “matando” o futuro!!
E, ninguém está se dando conta disso. A omissão também é conivência.
A violência anda tão naturalizada que dá impressão que atingimos o nível máximo da insensibilidade.
O que mais pode nos abalar, nos afetar, diante de fatos extremamente comoventes que mexeria com o brio de qualquer indivíduo de relativa consciência?
Gente! são vidas que deveriam, pelo próprio direito fundamental e universal, estarem sendo preservadas, contudo paga-se o preço altíssimo quando o espaço social habitado há que ser compartilhado com aqueles que elegeram o crime como resposta a um estado deficitário, fomentador de tamanha desigualdade social, um “poder paralelo” que oprime em grau semelhante, mas através do medo, da submissão, da lei do silêncio.
Até onde teremos que conviver com este quadro socialmente enfermiço, patológico, onde o remédio mais utilizado é a repressão, que combate somente os efeitos de demandas sociais que se acumulam à séculos? Até onde suportaremos esta indiferença às transformações estruturais necessárias e urgentes?
Enquanto isso, o futuro, vai sendo descontruído, pois as crianças ainda não atingidas pelas “balas perdidas” estarão, como saída, reproduzindo estes contextos ao longo de suas vidas.
E, esta vulnerabilidade, uma das consequências dos problemas sociais insolúveis, não elimina somente o brilho e o sorriso inocente das crianças, mas também a tranquilidade dos pais, que vivenciam à gerações o confronto entre grupos armados, organizados, numa luta territorial pelo controle do tráfico e da venda de drogas e as forças de segurança do Estado.
E, eis bem próximo, outro corpo inocente, futuro cidadão de um pais incerto, estendido no chão...o disparo anônimo o atingiu finalmente....uma boca a menos prá alimentar, uma chaga no coração que dificilmente cicatriza.
Não teve chance de conhecer o futuro, por mais imprevisível e nebuloso que a vida lhe tenha reservado, mas que os homens, as ilustres lideranças políticas deste país, responsáveis pelos rumos da nação, ratificam-no como catastrófico destino.