Homem faz aborto
HOMEM FAZ ABORTO
Miguel Carqueija
Ao longo dos anos, nas ocasiões em que entrei na questão da defesa da vida desde a concepção, esbarrei com pessoas que acusam aos grupos pró-vida de “chamarem as mulheres que optam pela interrupção da gravidez de assassinas”, de “apontar o dedo para as mulheres” e assim por diante. Isso mostra até que ponto o assunto foi desvirtuado pelos adeptos da cultura da morte.
Primeiramente sempre é bom lembrar que a maior parte das mulheres se posiciona contra o aborto e que há um grande número de mulheres batalhando nos movimentos pró-vida.
Quando participamos da luta contra o feticídio não estamos desconhecendo ou menosprezando as circunstâncias poderosas que empurram tantas mulheres e garotas à tragédia do aborto, chamado eufemisticamente “interrupção da gravidez”; em português claro trata-se de matar os bebês de ventre, trata-se de homicídio no sentido próprio dessa palavra.
Não desconhecemos que muitas mulheres em precária situação ficanceira e familiar não raciocinam direito nessa hora e até lhes falta (principalmente nas mais jovens, notadamente as adolescentes) conhecimento de causa, discernimento para que entendam o que estão fazendo. Que estão matando a sua prole e que poderão sofrer a “síndrome pós-aborto” (o tremendo arrependimento) pelo resto da vida. Não ignoramos que muitas dessas mulheres são empurradas, induzidas, mal-aconselhadas e até coagidas para abortarem. Sofrem mesmo de espancamento, ameaças de morte e até sequestro sendo levadas à força aos abortórios. São pais, padrastos, maridos, amantes ou namorados, que praticam essas violências morais e físicas. Não se trata portanto de “apontar o dedo” contra as mulheres que abortam. Pelo que conheço do assunto estou convencido de que a maior parcela de culpa reside nos homens, a começar pelos médicos aborteiros, “fazedores de anjinhos” como a eles se referia minha mãe (essa expressão, hoje em desuso, era conhecida antigamente). E depois são os parentes e amigos que mal aconselham ou pior, os que coagem e forçam as mulheres. São os amantes-namorados (hoje em dia isso costuma dar no mesmo por causa do abandono da moral cristã) que engravidam as jovens e depois as abandonam ou se recusam a assumir as crianças. Ou eles somem, como no romance “Clara dos Anjos” de Lima Barreto (se tiver oportunidade não deixe de ler esse livro) ou dizem para a garota “tirar” — outro eufemismo nojento, que significa “matar”.
Por isso, não se espantem quando eu digo que homem também faz aborto e é em média mais culpado que a mulher. É claro que o homem não faz aborto nele próprio, porque não engravida; mas faz na mulher.
Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2017.
imagem freepik.com
comentários: Mariana Mendes
HOMEM FAZ ABORTO
Miguel Carqueija
Ao longo dos anos, nas ocasiões em que entrei na questão da defesa da vida desde a concepção, esbarrei com pessoas que acusam aos grupos pró-vida de “chamarem as mulheres que optam pela interrupção da gravidez de assassinas”, de “apontar o dedo para as mulheres” e assim por diante. Isso mostra até que ponto o assunto foi desvirtuado pelos adeptos da cultura da morte.
Primeiramente sempre é bom lembrar que a maior parte das mulheres se posiciona contra o aborto e que há um grande número de mulheres batalhando nos movimentos pró-vida.
Quando participamos da luta contra o feticídio não estamos desconhecendo ou menosprezando as circunstâncias poderosas que empurram tantas mulheres e garotas à tragédia do aborto, chamado eufemisticamente “interrupção da gravidez”; em português claro trata-se de matar os bebês de ventre, trata-se de homicídio no sentido próprio dessa palavra.
Não desconhecemos que muitas mulheres em precária situação ficanceira e familiar não raciocinam direito nessa hora e até lhes falta (principalmente nas mais jovens, notadamente as adolescentes) conhecimento de causa, discernimento para que entendam o que estão fazendo. Que estão matando a sua prole e que poderão sofrer a “síndrome pós-aborto” (o tremendo arrependimento) pelo resto da vida. Não ignoramos que muitas dessas mulheres são empurradas, induzidas, mal-aconselhadas e até coagidas para abortarem. Sofrem mesmo de espancamento, ameaças de morte e até sequestro sendo levadas à força aos abortórios. São pais, padrastos, maridos, amantes ou namorados, que praticam essas violências morais e físicas. Não se trata portanto de “apontar o dedo” contra as mulheres que abortam. Pelo que conheço do assunto estou convencido de que a maior parcela de culpa reside nos homens, a começar pelos médicos aborteiros, “fazedores de anjinhos” como a eles se referia minha mãe (essa expressão, hoje em desuso, era conhecida antigamente). E depois são os parentes e amigos que mal aconselham ou pior, os que coagem e forçam as mulheres. São os amantes-namorados (hoje em dia isso costuma dar no mesmo por causa do abandono da moral cristã) que engravidam as jovens e depois as abandonam ou se recusam a assumir as crianças. Ou eles somem, como no romance “Clara dos Anjos” de Lima Barreto (se tiver oportunidade não deixe de ler esse livro) ou dizem para a garota “tirar” — outro eufemismo nojento, que significa “matar”.
Por isso, não se espantem quando eu digo que homem também faz aborto e é em média mais culpado que a mulher. É claro que o homem não faz aborto nele próprio, porque não engravida; mas faz na mulher.
Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2017.
imagem freepik.com
comentários: Mariana Mendes