MASOQUISMO E RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Prólogo

"Eu vou ser bem sincera nunca apanhei em uma briga com meu marido, mas gosto de apanhar, levar palmadas fortes nas coxas e na bunda quando estou transando. Não aceito porrada no rosto. Não sei o que há comigo, mas, isso realmente me dá um tesão daqueles..." – (Leitora de um dos meus textos).

EIS O MEU ENTENDIMENTO SOB A ÓTICA DE MINHA FORMAÇÃO

Entre quatro paredes tudo o que acontece com um casal é normal desde que haja equilíbrio e consentimento mútuo. Todo ser humano é diferente! Uns falam ou escrevem demais, outros são lacônicos e/ou escrevem de menos. Às vezes dizemos o que não queremos, mas, às vezes, escrevemos o que podemos e sabemos com o respaldo da livre liberdade de expressão.

Segmentos da sociedade brasileira acompanham a rumorosa agressão do cantor Ronaldo Jorge Silva (Naldo Benny) contra Ellen Cardoso (Moranguinho). A agressão NÃO FICOU ENTRE QUATRO PAREDES! No dia 06/12/2017 os noticiosos de uma forma geral publicaram a seguinte notícia:

“Cantor Naldo é denunciado por agressão e preso em flagrante por porte ilegal de arma. Artista também é investigado por agredir a esposa. Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho, contou na delegacia que foi atacada com chutes, socos e puxões de cabelo.” – (SIC) – Noticiosos (mídia geral).

Em menos de cinco horas o agressor (O meliante que foi autuado em flagrante delito.) foi solto depois de pagar fiança. Quando saiu da delegacia o biltre teria dito: “Não estou preso não. Tem um equívoco aí.” – (SIC).

O PERDÃO DE ELLEN CARDOSO (MORANGUINHO)

No dia 23 de dezembro 2017 Ellen Cardoso escreveu (publicou) em seu Facebook: “É triste ver o quanto as pessoas estão se tornando frias e sem coração. Saem apontando os seus dedos como se focem metralhadoras e dando sentenças que só cabe a Deus dar. É fácil julgar o problema do outro, difícil é quando ele acontece dentro da sua casa e só vc conhece a real historia.” – (SIC).

Continuou escrevendo: “... eu resolvi trazer esse menino de volta! De volta pro recomeço...um recomeço difícil e doloroso, mais que eu tenho fé que será uma grande cura!” – (SIC). – É como se dissesse: “Ele é doente e eu serei sua cura”. Repito para não cair no esquecimento: A agressão NÃO FICOU ENTRE QUATRO PAREDES! A agredida fez questão de "botar a boca no trombone" na denúncia e no perdão!

Claro que ninguém tem nada a ver com a vida alheia, com os relacionamentos interpessoais! Há gostos e desgostos de toda ordem para quem se valoriza e para quem se não se respeita, não se ama, não compreende que vivencia uma relação doentia e carente de tratamento.

Entendo, todavia, que ao se expor nos blogs e globalização da internet é como alguém que sai durante uma chuva, desprotegida, e não aceita se molhar. Ora, vovó Josefa e outras centenas de milhões de antigos já diziam: “Quem não pode com o pote não pega na rodilha”.

ALGUNS COMENTÁRIOS DOS INTERNAUTAS SOBRE A VOLTA DE ELLEN CARDOSO (MORANGUINHO)

“Só lamento, daqui uns dias aparece na TV novamente, Deus livre e que eu esteja errado, mas pelo histórico do mesmo, e as coisas que vemos todos os dias a notícia infelizmente seria... mulher moranguinho é encontrada morta... O cara é possessivo, doente, machista, a mulher burra. Da em merda!” – (SIC) – Tito Oliveira.

“Discurso de quem vai voltar e apanhar em dobro , vc acha que ele quer ficar sem dinheiro, sem luxo??? Ele fazia com a ex , faz com vc e fará com outra .... q triste” – (SIC) – Juliana de Oliveira.

“Fala sério, moranguinho se o naldo fosse pobre, você não estaria com ele, é claro que você largou tudo pra ficar com ele, não foi pela beleza, porque o cara é feio agora tá dizendo que queria ele pobre pra ser feliz.” – (SIC) – Leda Castro.

“Conte-me mais sobre quando ele aínda era casado e você rebolava no colo dele, enquanto a esposa e o filho estavam em casa... Ah, detalhe... Vc não conheceu ele na pobreza, vc conheceu ele no auge... Na pobreza, era a primeira esposa dele que estava ao lado. E outra, sem drama! É bem coisa de mulher de malandro mesmo... Apanhar na cara, perdoar e agora se fazer de vítima!!! Levou foi pouco... Tá só recendo da vida o que é de direito! Ele não presta, tu não presta, tudo farinha do mesmo saco!!!” – (SIC) – Elaine Cristina Martimiano.

“Que eu mim lembre quando vc o conheceu era já era rico e muito conhecido sim, essa história de morar no fundo da casa de alguém é balela! Se poupe Nos poupe.” – (SIC) – Cidinha Melo.

“Para de querer ficar se justificando em rede social, vai viver sua vida e não aceite mais que nenhum homem encoste a mão em vc, se repeite e tenha amor próprio!” – (SIC) – Claudia Pereira.

“Vivemos um mundo muito lúcido para dizer que o desvio de caráter dos nossos filhos ou a má educação doméstica que damos é culpa das más influências. Naldo, Ronaldo, ou qualquer outro nome é o homem que lhe agrediu e que pelo seu relato, fez durante 7 anos. Por sinal, 7 anos atrás não era pobre, sem dinheiro, sem extravagâncias. Esse Naldo quem conheceu foi a ex mulher dele, Branka. Você o conheceu ao ser contratada para um clipe dele quando ele já estava bem encaminhado na carreira, esqueceu?” – (SIC) – Natalie Silva.

MASOQUISMO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Masoquista é a pessoa que atura o sádico por achar que não consegue pessoa melhor. A expressão: “ruim com ele, pior sem ele”. Talvez melhor explique a perda do amor e respeito próprios. Quem aceita a culpa por eventuais desequilíbrios emocionais do parceiro, no fundo, acredita que é assim mesmo que deve ser e o outro tem razão para bater, humilhar, vilipendiar com a sanha que o caracteriza. Assumir a culpa pelos erros do agressor e sentir prazer pelas humilhações crescentes tem um nome: Masoquismo!

O (a) agredido (a) poderia ir embora sem deixar o endereço e nem olhar para trás? Mudar de nome e de vida em outra cidade e até noutro país? Muitas vezes essa é (seria) a única opção. Não raro, a única para preservar a vida. No geral, não fazem isso. O que realmente prende agressor e agredido um ao outro SÃO AS CONVENIÊNCIAS pessoais recíprocas!

Por isso seguem fiéis como um cão ou cadela o seu dono. Permanecem para sempre numa guerra fria, expectante e destrutiva do bom siso, dos bons usos e costumes alternando seus momentos entre flores e espinhos, tapas e beijos, mágoas e perdões. Há casais que estabelecem um padrão sadomasoquista de relacionamento. Essa prática é mais comum do que a gente imagina.

Ele desrespeita, bate, maltrata e goza; ela sofre e também se delicia gozando com a alternância dos humores casuais. Há uma linha ou limite inconsútil, tênue, entre o prazer e a dor que nem eles mesmos enxergam. Ela maltrata, provoca, às vezes, com a conivência do parceiro, bate e humilha; ele goza, mas, depois com raiva, se vinga. EXISTE UMA RECÍPROCA CONIVÊNCIA! São escolhas inconscientes firmados em acordo tácito. Padrões determinados por vivências antigas.

CONCLUSÃO

Sadomasoquismo refere-se a relações entre tendências diferentes entre pessoas buscando prazer sexual na dor. O termo sadomasoquismo seria a relação entre tendências opostas, o sadismo e masoquismo. O sadismo é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em impor o sofrimento físico e moral a outra pessoa.

O masoquismo é a tendência oposta ao sadismo, é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em receber o sofrimento físico e moral de outra pessoa. A relação destas duas tendências não representa que a mesma pessoa possui as duas tendências e sim um contato entre pessoas com tendências opostas (contato entre sádico e masoquista).

O sadomasoquismo é considerado doença se apenas a atividade é a fonte de estimulação mais importante do casal ou é necessária para a satisfação sexual. O sadomasoquismo descontrolado (sem limites) pode causar fortes agressões, traumas e morte.

A senhora Ellen Cardoso (Moranguinho) embora tardiamente (segundo ela mesma foi agredida durante sete longos anos) denunciou o seu algoz (sarcástico, contumaz, maldoso, inveterado, carrasco, covarde e tirano). Não se calou, mas, quando declarou nas redes sociais:

“... eu resolvi trazer esse menino de volta! De volta pro recomeço...um recomeço difícil e doloroso, mais que eu tenho fé que será uma grande cura!” – (SIC). Transmudou-se de vítima em CONIVENTE com o vilipêndio humilhante!

Há quem diga, mas, eu não concordo e sei que há outros discordantes: “Quem cala consente”! Quem cala é conivente, é covarde (acusação fortíssima. Não gosto dessa palavra). Eu entendo que quem cala é passivo, é medroso; ou quem cala não necessariamente consente, pode estar em pânico ou amordaçado. Quem cala pode estar sem língua e por isso não desmente, não se manifesta, não se envolve, não se compromete.

Quem grita e depois se cala e perdoa comporta-se como quem perdeu a autoestima! Enquanto isso o agressor perdoado e incentivado a continuar agredindo poderá contar e/ou cantar entre os comparsas a canção cantada por muitos conjuntos nordestinos “Bata Nego”. Aqui transcrevo parte da letra (Desconheço a autoria):

“Minha mulher gostava quando eu lhe batia

E quanto mais ela apanhava, mais ela dizia

Bata nego, pode bater

Bata com força que eu não sinto doer

Pode bater com as duas mãos nessa nega que é sua

Começa dentro de casa e termina no meio da rua

Se alguém vier reclamar não dê atenção

Bata com força nego no meu coração”.

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NOTAS REFERENCIADAS

– Textos avulsos da Imprensa Brasileira;

– Assertivas do autor que devem ser consideradas circunstanciais e imparciais.