O suicídio do padre Gadelha
O Padre Manoel Maria de Vasconcelos Gadelha chegou a Santa Cruz (RN) em 1924.
Indo de encontro às suas ovelhas, foi o responsável pela ampliação das festividades da padroeira, que antes estavam cingidas às cerimônias realizadas no templo. O Padre Gadelha conduzia os seus fiéis sem discriminação, tratando a todos igualmente.
Inteligente, inquieto, inovador, o Padre Gadelha desafiou os costumes abrindo a porta da igreja para todos os cristãos, inclusive para as prostitutas, que a sociedade da época tratava de forma discriminatória e preconceituosa.
Pagou caro pela sua atitude ousada, muito à frente do seu tempo, e por isso foi alvo de represálias por parte dos conservadores que organizaram dois abaixo-assinados, solicitando ao bispo o seu afastamento.
No dia 09 de outubro de 1926, num ato extremado, o Padre Gadelha deu cabo de sua própria vida, ingerindo uma dose do veneno “estricnina”, que ele mesmo preparou.
O suicídio do Padre Gadelha teve uma grande repercussão. Para uns o Padre teria se apaixonado por uma de suas ovelhas. A versão mais plausível é de que o Padre Gadelha não teria suportado as pressões que sofreu das suas ovelhas e dos seus superiores.
A história do suicídio do Padre Gadelha foi relatada pelo escritor e advogado santacruzense Jesiel Bezerra da Silva em seu livro “Santa Cruz que a gente não esquece”, 2002.