A ATRIZ NANDA COSTA FALOU; E EU VI O POSTE MIJAR NUM CACHORRO!

No drama da Rede Globo intitulado Pega-Pega, a jovem atriz Nanda Costa vive o papel de Sandra Helena, uma malandra exótica, rescindida entre “burra” e idiota, que rouba uma fortuna em dinheiro de um hotel em que trabalhava; e descobre logo em seguida que é legítima herdeira de outra fortuna; e resolve se arrepender do golpe praticado...!

A novela tem personagens engraçados, e a trama tenta colocar o público entre o estado de graça e algumas circunstâncias improváveis de temas sherloquianos modernos, mas o X da questão é uma declaração recente da atriz Nanda Costa, que afirmou num outro programa da emissora, que as pessoas lhe abordam nas ruas para dizerem que a sua personagem é engraçada e não deveria ser presa!

Para tudo! Não entendi!

Ok que é uma obra de ficção!

Ok que no meu ponto de vista, novelas não influenciam tanto quanto dizem os caráteres desses jovens modernos!

Ok que o autor pode sim dar um destino diferente ao esperado para todos os criminosos, mas não podemos acreditar que a população pense diferente ao script natural da vida pautada nos padrões modernos de civilidade!

Criminoso, seja quem for, engraçado ou triste, deve ser investigado e, acaso seja provada a sua culpa, é natural que se espere a sua punição de acordo com o que diz a Constituição Federal!

Eu não estou aqui julgando ou comentando absolutamente nada do roteiro ou da história da novela. Estou sim afirmando que a atriz Nanda Costa, em nome do bom senso, por ser uma figura pública, sobretudo quando está sendo entrevistada, não permitir que haja ênfase no perdão de qualquer crime, somente porque o criminoso é engraçadinho! Se a moda pega, palhaços terão habeas corpus preventivo “ad eterno”!

Na entrevista ao programa Encontro com Fátima Bernardes, a entrevistadora Ana Furtado enfatiza que a Sandra Helena, a ladra, está fazendo muito sucesso, principalmente com as crianças; e a Nanda Costa diz que a sua personagem é muito louca, e talvez por isso que as crianças curtam tanto essa liberdade, essa ousadia!

Nanda Costa ainda afirma que a personagem está pagando pelo crime que cometeu, mas tem um BOM CORAÇÃO! Puxa vida! O sujeito trama um assalto milionário com outras pessoas, põe em pavorosa um monte de gente, e tem BOM CORAÇÃO?

A atriz segue dizendo que a personagem se arrependeu, mas ainda está presa, “coitada”! Coitada? Perdoe-me Nanda, mas essa eu não entendi?

– Não seria “coitado” aquele que foi roubado, e todos os colegas da ladra que são inocentes, mas seguem como defendentes da polícia?

Para justificar o “coitada” da personagem, Nanda Costa diz que ela curtiu somete um pouquinho com o dinheiro do roubo, porque quando ela recebeu a herança, se arrependeu e DOOU TODO OS RESTO DO PRODUTO DO ROUBO A CARIDADE, DEIXANDO A DINHEIRAMA NO ALTAR DE UMA IGREJA!

Fala sério! Arrependimento uma ova! Se ficou compungida de verdade, que tal se entregar à polícia e devolver a grana para seu legítimo dono?

Nanda ainda tenta desfazer o besteirol citado, dizendo que ela tem mesmo que pagar pelo que fez, mas que ela, a Nanda, acredita que a personagem “não sabia bem onde havia se metido, porque ela não é violenta, não é uma grande criminosa; e o humor da novela ameniza tudo isso”; e a atriz finaliza que ouve de pessoas nas ruas, que TEM TANTA GENTE PARA ESTAR PRESA, PORQUE QUE PRENDERAM A SANDRA HELENA?

Ana Furtado encerra a entrevista dizendo: “A gente até ri de um comentário desses...”

Fernanda Costa Campos Cotote, a Nanda Costa, apesar de seus 31 anos, já deveria ter desenvolvido um senso mínimo de discernir o que é certo e o que é errado; e de certo, sua personagem não tem nada! É uma ladra, partícipe de uma quadrilha e ponto final!

Seja uma ladra engraçada, seja um político sorumbático, se deve a sociedade e justiça, tem que pagar; e no meu ponto de vista, ladrão é ladrão em qualquer parte do mundo!

Se acaso o povo lhe aborda mesmo na rua, para enaltecer a atitude pura da ladra e quadrilheira Sandra Helena, só me resta acreditar que, de fato chegou a hora do poste mijar no cachorro; e é por essas e outras que eu duvido muito que essa e outras Lava-Jatos consigam num prazo de 200 anos, mudar qualquer característica hedionda que nós brasileiros nos acostumamos a usar e perpetuar!

ARREPENDIMENTO é o ato de remorso, pesar; e quando uma pessoa tem a honra de conhecer tal obra, seja ela criminosa ou não, encontrará no ato a primeira oportunidade de crescimento como pessoa, como ser humano; porque todos nós somos falhos, erramos o tempo inteiro, e sim devemos admitir e reparar o desacerto, mas nunca querer que com isso sejamos libertos da eventual punição, senão, soa como desfaçatez, cinismo, impudência, outra cinca; ou seja, um erro para justificar outro!

Como bem diz minha querida, doce, ética, poetiza, jurista e linda amiga Cleide Canton: “Tenho vergonha de mim pois faço parte de um povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer.... Tenho vergonha da minha impotência, da minha falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço. Não tenho para onde ir pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade. Ao lado da vergonha de mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro! ”

Carlos Henrique Mascarenhas Pires