PÁGINA EM BRANCO
“Se uma gota de tinta qualquer cair nun pedacinho azul do papel”, o artista sente-se capaz de fazer uma linda gaivota voar no céu. Essa é a sua concepção diante do novo, para ele, de que dali, pode conceber o que lhe apraz a ocasião que lhe foi oferecida para criar.
A certeza do músico diante do impensável, é de que com apenas uma nota só, ele tenha a virtude de conceber um belo samba.
Nosso novo dia recebe as mesmas provocações da página em branco do artista e do músico.
A cada amanhecer, temos que firmar o compromisso de vivenciá-la ao som de uma música nem que seja composta por uma nota só, ensejamos nesse instante nos reinventa à ponto de fazer nossa gaivota voar em pleno céu azul, pintando a imagem fabulosa da alegria de viver e da plena liberdade.
Momento único, o começar, tal qual o mistério das flores a desabrochar a cada manhã temos a vicissitude de nos abrir para a vida e vivê-la em sua plenitude neste instante de renovo, é o respirante propiciando ao seu dia as oportunidades de compor uma canção com um fundo de esplendorosa paisagem.
A alma esta pronta, basta dar-lhe a direção, o horizonte, desentulhar o caminho por onde ela vai trafegar, para que possa transpor com suavidade.
Efetivando o exercício diariamente nos sentiremos bem. Esta prática dará frutos saborosos. Desafiaremos o tempo, desconheceremos a idade, repudiaremos a morte.
O dia reconhece o som da vida, acorda com a luz do sol, o canto alegre dos pássaros, a beleza das flores, seu perfume, o supro divino e toda natureza lhe saúda com vibes do bem nos incitando a aproveitá-lo ao supremo.
Com satisfação devemos receber a página em branco, logo ao acordar, assumir um compromisso, fazendo imposição de agregar -lhe cor, luz, som, perfume tal qual o modelo que a natureza nos indica.
Fátima Rosas- 28/08/2017