SAUDADE NÃO COMBINA COM LUZ
Prólogo
Um sonho colorido de progresso e liberdade poderá se transformar em um pesadelo cinzento ou negro como azeviche, causa medonha de sofrimento e até da loucura enquanto faltar fé, iniciativa e persistência para compreender que saudade não combina com progresso e tampouco com luz.
Estou escrevendo este texto para um casal muito especial, mas claro que estendo essa dádiva e beatitude para todas as pessoas que necessitam decidirem, com urgência, os seus modos de viverem.
Também escrevo para os seres jovens, pessoas ambiciosas, capazes, saudáveis, inteligentes que precisam se afastar do comodismo lastrado na conveniência, de tudo que lhes atrasam, retendo seus ânimos, suas melhores performances.
UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL
Às vezes, só de vez em quando, você quis imaginar e acreditar na possibilidade de existir uma luz no fim do túnel. Agora aconteceu um incentivo inesperado, mas convincente para lhe aproximar do progresso socioeconômico e profissional. Todavia, cabe aqui um alerta: SAUDADE NÃO COMBINA COM LUZ.
SAUDADE é um substantivo feminino, um sentimento inerente a todo ser humano, evocatório, provocado pela lembrança de algo bom vivido ou pela ausência de pessoas queridas ou de coisas estimadas. Saudade causa depressão grave provocando tristeza, melancolia, pessimismo e baixa autoestima.
LUZ é um substantivo feminino uma claridade emitida ou refletida. Às vezes alguns seres humanos têm uma luz divina que nem eles mesmos percebem. No entanto, pessoas com espírito evoluído enxergam essa luminosidade e apontam a ideia de que o mundo pode se tornar gradativamente melhor no que diz respeito à qualidade de vida com progresso, segurança, educação, saúde, trabalho, moradia, liberdade e tantas outras benevolências justas e merecidas.
A FORÇA DA SABEDORIA
Um casal de jovens enamorados estava aos beijos e abraços em uma praça onde havia um jardim muito florido. Em um banco próximo um ancião acariciava o dorso de um cachorro que dormitava no colo do velho macérrimo, mas plácido e limpo. O casal se aproximou e foi recebido com um sorriso que espargia paz e sossego em harmonia ambiental.
– Bom dia! Queremos lhe fazer uma pergunta. – Disse o rapaz se dirigindo ao ancião escanifrado que aparentava ter entre 85 e 90 anos de idade.
– Bom dia! Podem perguntar. Se eu puder ajudar terei muito prazer em fazê-lo. – Respondeu o idoso com um brilho "sui generis" no rosto sereno.
– Somos felizes, estamos apaixonados e vamos nos casar em breve. Gostaríamos de saber qual o segredo para uma união duradoura (longa) e feliz convivendo com uma mesma pessoa. – Falou o rapaz muito jovem e vigoroso, mas aparentando ansiedade e insegurança.
– O segredo para uma longa união interpessoal está no aprendizado do dia a dia, aprendendo um a conviver com os defeitos do outro. Mas para ser feliz mesmo é necessário não se afeiçoar à matéria, tampouco se apaixonar e jamais sentir saudade!
– Não se afeiçoar à matéria? Não sentir saudade? Não se apaixonar? Como assim? Quem está apaixonado sente saudade!
– Sim. É verdade. Mas essa saudade causa atraso social e profissional; aflição, insegurança e sofrimento; medo e tantas outras mazelas que não combinam com o progresso, com o amor e tampouco com a luz. Se quiserem mesmo ser felizes não se apeguem à matéria, não se apaixonem e não sintam saudade.
Amem-se e superem essas fraquezas - apego à matéria, saudade e paixão - que são próprias dos atrasados e pouco ou nada experientes e evoluídos. Ah! Outro mal crônico que não ajuda na evolução espiritual é a vaidade, perspectiva ufana ou envaidecida que alguém possui acerca de si próprio. Vaidade não possui conteúdo ou densidade porque está subordinada ao inexorável tempo.
Posso simplificar afirmando que nos cemitérios estão habitando milhares de milhões de materialistas ou não, garbosos, ricos, pobres, vaidosos, saudosos e apaixonados. – Concluiu o senhor idoso com um leve sorriso iluminado acreditando ter apaziguando o casal intranquilo.
UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL DENTRO DO CONTEXTO
Aconteceu no ano de 1969, na cidade de Campina Grande, PB. Eu estava me dirigindo para o bairro do Santo Antônio. Ia namorar um pouco com a minha, ainda hoje, namorada DESDE 1967. Eu estava parado, em frente ao cine Capitólio, à espera do ônibus quando me encontrei com o soldado número 168, Antônio, de minha turma de recrutas no ano de 1968. Ele permaneceu no serviço ativo como soldado engajado e eu fui licenciado em 20/11/1968.
– Muniz (esse era o meu nome de guerra) estão abertas as inscrições para a Escola de Sargentos das Armas – EsSA. A inscrição termina amanhã e custa cinco cruzeiros (moeda à época). Eu já fiz a minha inscrição embora saiba que não tenho nenhuma chance de ser aprovado.
Você sabe que só passa um candidato a cada ano. No ano passado (1968) só foi aprovado, de nossa turma, o nosso colega Geraldo de Assis (Portela). Faça sua inscrição. Você tem chance! – Concluiu o amigo soldado do Núcleo Base Antônio.
Mesmo sem acreditar no meu potencial, potencializado pelo não incentivo do meu pai, fiz a bendita inscrição e recrudesci mais ainda os estudos por conta própria. Estudei, sob a luz tremeluzente de uma lamparina fumegante, os livros de Ary Quintella, Algacyr Munhoz Maeder, Osvaldo Sangiorgi, Celso Cunha, Napoleão Mendes de Almeida, Aroldo de Azevedo, Borges Hermida e tantos outros monstros sagrados, do curso ginasial, à época.
SOBRE O CONCORRIDO CERTAME
As provas do concurso nacional para ingressar na Escola de Sargentos das Armas – EsSA, isto é, as questões, quando as dezenas de centenas de candidatos e eu prestamos os exames, não eram de múltipla escolha! Os candidatos precisavam fazer os cálculos, no caso de Matemática e Geometria, e escreverem a resposta certa. Desse modo também seríamos avaliados no raciocínio lógico além do modo de escrever.
As provas se realizaram no mês de agosto de 1969. Matemática: 27/08, Geo/Hist: 28/08 e Port: 29/08. Só depois dos resultados desses exames é que foram realizados os testes físicos e psicológicos, todos de caráter eliminatórios.
Graças a minha perseverança e atitude, mas, principalmente, depois de algum tempo, ter descoberto que a persistência é o caminho do êxito, fui o candidato único aprovado na cidade de Campina Grande, PB.
Na capital, João Pessoa, também foi aprovado um só candidato. Em todo o Brasil, inscreveram-se algumas dezenas de centenas de jovens para o curso na Escola de Sargentos das Armas – EsSA, mas foram aprovados apenas 35 (trinta e cinco) candidatos e futuros sargentos da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro.
A MINHA CRENÇA NA DETERMINAÇÃO
O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não logrando êxito, na primeira tentativa, quem busca e supera seus obstáculos, no mínimo conquistará coisas admiráveis: adquire confiança para enfrentar problemas cada vez mais difíceis e eleva sobremaneira a sua autoestima.
Quer vencer na vida? Ótimo! Eu também quis e venci, progredi. Se quiser triunfar na vida não sinta saudades e nem se apaixone, faça da perseverança a sua melhor amiga; da experiência, o seu conselheiro; da prudência, o seu irmão mais velho; e da esperança; o seu mais forte incentivo.
CONCLUSÃO
Sabemos que a saudade é um sentimento inerente ao ser humano e que vem da sensibilidade e não da razão. Mas, quantas vezes já ouvimos alguém dizer: “Seja mais racional e menos emotivo para enxergar o óbvio”. Isso mesmo: Saudade não combina com luz. Às vezes, quando a paixão e a saudade invadem a racionalidade do ser humano, nesse medonho estágio emotivo ele NÃO ENXERGA A LUZ, FICA CEGO!
Eu quis e pude aproveitar a dica do espírito evoluído do soldado número 168 – Antônio que enxergou a luminosidade e apontou para mim a ideia de que o mundo pode se tornar gradativamente melhor no que diz respeito à qualidade de vida com progresso, segurança, educação, saúde, trabalho, moradia, liberdade e tantas outras benevolências.
Eu só precisei acreditar em mim mesmo e me preparar para sair de casa e peregrinar pelo mundo afora para compreender que paixão e SAUDADE NÃO COMBINAM COM LUZ!
Ah! Não tema. Com este escrito não desejo transformá-lo numa máquina, num ser desumano! Você poderá tornar a saudade menos sofrida se conseguir substituí-la pelas lembranças dos bons momentos que vivenciou na companhia das pessoas ou objetos que lhe estão fazendo sofrer pela ausência (inexistência).
É claro que ação e determinação é um estágio evoluído da pessoa que visa o progresso, que pretenda ir ao encontro da luz. Escrevo isso por ter a absoluta certeza de que axiomas são verdades inquestionáveis universalmente válidas. Gelo é água em estado sólido. Você tem dúvida disso? Não? Então isso é um axioma tal qual a assertiva: SAUDADE NÃO COMBINA COM PROGRESSO! SAUDADE NÃO COMBINA COM LUZ!