Calamidade pública
Calamitosa a situação do Estado do Rio de Janeiro do ponto de vista da segurança pública, além do vilipêndio a que estão submetidos no estado seus servidores. É caso de intervenção federal, que já devia ter ocorrido há muito tempo. Tendo-se em vista a inépcia do atual governador e as comprovações do abundante desvio de dinheiro público promovido pelo anterior, de quem o atual foi ou é discípulo.
Se estamos em estado de abandono e sem qualquer dispositivo policial que nos proteja de agressões, roubos e assassinatos na rua ou mesmo em casa, também nossos policiais militares acham-se desprotegidos e praticamente entregues à própria sorte quando no desempenho de suas funções. Que o digam as 90 mortes de PMs ocorridas praticamente na primeira metade deste ano. Uma força policial que sofre esse tipo de derrota e desrespeito não reúne condições para responder pela manutenção da ordem pública e a segurança dos cidadãos.
É claro que excessos têm sido cometidos e procedimentos criminosos identificados dentre aqueles que têm como missão a proteção da população e do seu patrimônio. Mas não se pode imaginar que toda a Instituição seja integrada por maus policiais. O luto em suas famílias não é diferente de qualquer outro. Esposas ficam sem seus maridos, filhos menores tornam-se órfãos, pais mais velhos sem seus jovens filhos policiais, etc.
Presume-se que a hora seja a da ação corretiva. Talvez a participação das FFAA nesse confronto não represente a melhor indicação por não serem treinadas para esse fim. Mas é válida a presença dos soldados nas ruas dentro do espírito de que algo precisa ser feito. Só não se pode negligenciar a ação preventiva, que passa necessariamente pela redução do brutal desequilíbrio social entre os segmentos menos e mais favorecidos da sociedade e pelo combate radical à corrupção, que, pelos péssimos exemplos registrados quase que diariamente, atua como agente motivador da criminalidade. Já que a ação criminosa é o objeto comum dos dois universos, o do colarinho branco e o dos bandidos e/ou traficantes.
Em nosso país os únicos que chegam a ganhar mais que corruptos ou corruptores, em trabalho honesto, são as grandes estrelas do futebol, como Neymar, que poderá receber R$ 110 milhões por ano no PSG, clube francês.
Rio, 22/07/2017