ESTAMOS SOB O JULGO DO SISTEMA

O individuo não é totalmente refém do sistema como dizia Durkheim, ele tem sua liberdade, mas até um certo ponto.Ele pode ter a liberdade com o nosso corpo, com nossa vida no sentido de darmos um fim nele.No entanto, nossas ações dentro desse mesmo sistema social, econômico no qual estamos submetidos.

A seguir trechos de alguns exemplos da realidade na qual estamos submetidos como também a contribuição da literatura em relação a essa questão.

" Desde que deixou o piscinão de Ramos em fevereiro de 2012, onde vendia sacolé com a filha, Cleane Ambrósio da Silva, 42 anos, madruga em busca de emprego. Sai de casa ás 4:30 para ir aos centros de atendimento profissional e conta que os empregadores estão mais exigentes para pessoas com ela, que conseguiu estudar apenas seis meses e só sabe assinar o nome.

- Nunca teve carteira de trabalho, mas agora parece que ficou pior, não consigo achar nada. Eles querem segundo grau, mas para quê se vou empacotar ou limpar o chão? Se tivesse o segundo grau , estava em escritório-reclama"

(O Globo)

" Eles são jovens e ensino superior completo, estão com o diploma nas mãos, e cheios de gás para entrar no mercado de trabalho. Alguns tem fluência em línguas estrangeiras e especialização. Mesmo assim, não conseguiram emprego na área de formação e ai, quando a responsabilidade bateu na porta, precisaram recorrer a outros cargos ou outras carreira para ganhar dinheiro. São pessoas como Breno, que tem diploma em arqueologia , mas vendeu chup-chups e trabalhou como frentista em posto de combustível para pagar as contas. Ou como Geovana, que é jornalista por formação , mas ganha dinheiro como maquiadora. Ou então com Luana que é bacharel em direito, mas decidiu vender Brownies "

(G1)

Na literatura temos exemplos como os escritores já se preocupavam com a interferência do meio , do sistema na vida do indivíduo. No primeiro caso temo na obra de Aluízio de Azevedo no livro o Cortiço.

No mesmo temos João Romão que no intuito de acumular capital , explora os empregados, além de furtos , João Romão é proprietário de uma vila, na época chamada de Cortiço. No cortiço tem vários personagens dependentes de João Romão. Se por um lado o sistema capitalista direcionar João Romão explorar,e até usa atos ilícitos para acumular capital, por outro tem as pessoas em torno dele que não tem outra alternativa senão, sobreviver com toda aquela situação.

No livro o Leviatã de Julien Green, o crítico fala sobre a característica dominante do romance seja a exacerbação até o descontrole das forças das forças que levam as criaturas humanas ao desespero. A luta entre o bem e o mal. O cunho psicológico é por demais desenvolvido no romance. No entanto, entendo que o sistema social, econômico em que estão mergulhados esses personagens também contribui e muito para o desenvolvimento de toda essa angustia em que os mesmos estão vivendo.

De um modo geral o sistema é o mesmo seja em que época for, com suas regras, seus valores morais, seus apartheids.

Já no livro a pérola de John Steinbeck, o crítico chama-nos atenção sobre a pérola que todos nós sonhamos, mas , continua o mesmo, será a solução de todos os nossos problemas ou agravação deles?

O autor fala muito de destino, mas o nosso tem haver com o tipo de sociedade que nascemo, o sistema em que estamos submetidos. O crítico ao falar sobre o livro coloca, "deve realmente o homem intervir no seu destino e lutar por modifica-lo? Ou haverá uma sabedoria profunda na conformação?"

Esta frase deixa claro o quanto o individuo está acharcado no sistema em que nasceu e nele é obrigado a se submeter.

No seu livro A Grande Arte , Rubem Fonseca , além dos seus outros livros denuncia esse grande sistema, em particular a realidade brasileira. Aqui as minorias são as privilegiadas do sistema preparadas por elas mesmas para se beneficiarem. Na obra é focado com mais clareza nesta passagem. " Conheço esse tipo de que faz fortuna lesando milhões de fodidos. O fim de semana deles começa na quinta feira".

Digamos que a liberdade plena é uma mera força de expressão.

inclemente
Enviado por inclemente em 17/06/2017
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