Curso Normal do Ginásio Paraisense
Em 1910, três anos após a criação do Ginásio Paraisense, sob a direção do padre Aristóteles Benatti, o primeiro corpo docente da instituição sofreu alterações, para oferecer o Curso Normal, com objetivo de formar professores primários, além de manter o curso de ensino secundário, o que hoje corresponde aos anos finais do ensino fundamental e mais o ensino médio. Desse modo, a instituição estava atenta ao problema nacional da formação de professores para as lições de primeiras letras, que foi, pouco a pouco, expandindo sua abrangência para as classes sociais.
Naquele momento, padre Benatti, com apoio dos professores e políticos locais, concluiu que sem a existência de bons professores primários ficaria difícil manter o próprio curso ginasial. Foi preciso então ampliar as disciplinas oferecidas, incluindo, além da formação geral, o estudo de questões pedagógicas, metodologia de ensino, a prática de ensino. Desse modo, em 1910, iniciaram as aulas do Curso Normal, que ainda não contava, naquele momento, com a devida autorização os órgãos públicos estaduais encarregados de regular o funcionamento da instrução escolar.
Mas essa situação durou pouco tempo, pois, no transcorrer daquele ano, com apoio do deputado estadual José Luiz Campos do Amaral Junior e de outros líderes políticos, foi obtida a equiparação dos estudos realizados no Curso Normal do Ginásio Paraisense ao diploma concedido pelo “Curso Normal Modelo”, de Belo Horizonte. O primeiro diretor do curso foi o próprio padre Benatti e o corpo docente era então composto pelos seguintes mestres: Gedor Silveira, Dr. José Bento de Assis, Dr. Antonio Villela de Castro, Ciciliano de Castro, o Maestro Marchiori e a professora Luiza Aurora de Aguiar Silveira. Esses dados constam no Almanaque Laemmert, de 1911.
Nesse ano, tendo completado apenas a primeira série do curso, o deputado Campos do Amaral, com apoio de outros políticos, conseguiu apoio na capital para a obtenção da equiparação dos estudos realizados no estabelecimento dirigido pelo padre Benatti. O decreto de equiparação foi assinado em 5 de outubro de 1911, pelo então governador mineiro Júlio Bueno Brandão, natural de Ouro Fino, conterrâneo do médico Placidino Brotero Franklin Brigagão, na época, prefeito de São Sebastião do Paraíso e genro do deputado Campos do Amaral Junior.
Apoio político que convergiu em favor da história da educação da cidade e região, além da imprescindível competência dos educadores locais, que ministravam as aulas aos secundaristas e aos futuros professores primários. Com este ato, o diploma conferido aos concluintes do curso tinha o mesmo valor legal do diploma conferido pela Escola Normal, considerada então instituição modelar para as demais escolas normais do Estado.
Conforme anotações históricas de autoria do professor Raimundo Calafiori, o deputado estadual Campos do Amaral se empenhou junto aos órgãos competentes de Belo Horizonte para obter a dita equiparação. Mas, as dificuldades para manter o estabelecimento não eram poucas, como ocorria na maioria das cidades do interior. Desse modo, a alternativa foi passar a oferecer, momentaneamente, somente o curso normal, mantendo a denominação do estabelecimento como “Ginásio Paraisense”. Alguns anos depois, voltou a oferecer o curso ginasial, cujo objetivo principal era preparar os alunos para ingressarem no ensino superior.