A origem da desigualdade social
Na pré-historia o excedente produzido pelas tribos deu origem ao comércio. De início com a troca, e com isso, a necessidade do estado para impor interesses.
O cenário comercial intensificou-se durante o período neolítico, com a chamada revolução agrícola. Essa atividade agrícola forneceu uma fonte estável de alimento, contribuindo para que se fixassem, seja no crescente fértil, na Mesopotâmia, seja às margens do rio Nilo, no Egito. Até então, o patriarca ( membro mais velho e sábio) tinha a função político e religiosa, e também a função de proteger a comunidade. Até então, a agricultura das comunidades era de subsistência, gerando poucos excedentes, e também desenvolviam a pecuária.
Com o tempo, as aldeias foram cercadas por muros de proteção. Seus habitantes aprenderam a conhecer os pântanos e ampliam as áreas de cultivo, constroem diques para conter as enchentes oriunda das lágrimas dos deuses, que faziam os rios transbordarem. A agricultura irrigada e os métodos de trabalho possibilitaram um aumento considerável na produção de alimentos, gerando excedentes em maior escala.
O crescimento das colheitas teve consequências. O alimento mais abundante assegurou no aumento populacional, por conta das melhores condições de vida. Nesse âmbito, os camponeses passaram a dedicar-se ao cultivo e à troca dos excedentes agrícolas; surgia então, o comércio. Enquanto algumas famílias possuíam melhores lotes, mais rebanhos, mais terras férteis, outros já não tinham a mesma sorte, e sofriam com as más colheitas, que também já dava início a uma hierarquia; os que produziam mais, e conseguiam fazer mais trocas. Por volta de 8000 a.C, com o início do comércio já existiam diferenças econômicas e sociais no mundo neolítico, gerando, dessa forma, os conflitos ligados à posse das terra, que vão andar de mãos dadas com a história da humanidade até os dias atuais.
Ainda com base nesse desenvolvimento das comunidades neolíticas, deu origem a um ambiente novo; a cidade. Ficou conhecido como revolução urbana, com o surgimento de uma nova profissão, a do artesão, que trabalhava com a metalurgia. A criação das cidades, é atribuída aos sumérios, povos altamente tecnológicos e desenvolvidos, que habitavam o sul da Mesopotâmia. Na cidade a desigualdade se intensificava. A divisão do trabalho e o comércio também se intensificaram ainda mais, e a estratificação social por conseguinte, também.
A figura de autoridade dos chefes de famílias tornou-se insuficiente para auxiliar uma sociedade que estava ficando cada vez mais complexa. Nesse cenário surge o estado, ligado com a diversificação das atividades econômicas, e coordenação de obras, como canais de irrigação. O estado atuava nas decisões para com o comércio; pessoas encarregadas com poderes sobre os demais. Outra mudança ligada com à formação do estado foi o aparecimento das sociedade privada. Uma elite ligada aos reis e aos sacerdotes( membros do estado) passaram a se apropriar de uma parte das colheitas. A união dos estados deu origem a grandes impérios que dominaram muitos povos.
Impérios tais como no Egito, na Mesopotâmia, na Grécia, Roma, na idade média com o feudalismo, na América latina com os maias, astecas, incas. Todas essas sociedades tiveram uma hierarquia social e estados soberanos, contavam com nobres, guerreiros, sacerdotes, que detinham o poder, com exceção do feudalismo, mas havia o poder descentralizado dos senhores feudais. O que estas civilizações tinham em comum? O povo, as camadas baixas, os que trabalhavam e produziam, os que pagavam tributos, eram os desconsiderados( Os que tinham parentesco com membros do estado eram beneficiados com terras ). E vemos que esta estrutura está imposta até hoje, nunca mudou. Temos os burgueses, e a grande massa que sustenta o estado, não é o estado que sustenta o povo. A ideia de Hobbes no leviatã, se torna inútil. E nesse contexto histórico, fomos corrompidos com o surgimento do comércio, do capital, fomos subjugados com o surgimento do estado com poder religioso, e esse cenário ainda é o nosso, nada mudou, sempre existirá os que comandam em benefício próprio, e sempre haverá os que obedecem em benefício dos que comandam.