ANJINHOS, LIXA, CAIXAS & COISAS

LÁBIOS LIXA GROSSA, LAMBÍ.

CUSPE GROSSO DE AMARELO TERRA, BOLA DE BARRO RESSECADA, LANCEI AO LONGE.

MEUS PÉS NEM PRECISAVA DE TAMANCOS, TAL GROSSURA MEU MEU SOLADO,

CAMINHANDO SOBRE PEDRAS NUM LEITO SECO DO RIACHO QUE ENCANTAVA PÁSSAROS NO PASSADO.

JAZIA NO TÚMULO DE MINHA CABEÇA, DEPOIS DO ANEL DE PANO SUJO E DURO DE IMUNDICE.

UM CAIXÃO DE MADEIRA NOVINHA QUE PEQUEI NA FEIRA.

E DENTRO DO CAIXÃO, MEU FILHO RECÉM NASCIDO.

MAIS UM NORDESTINO QUE NÃO VINGOU.

PENSA QUE VOU CHORAR, POSSO NÃO SINHÔ,

MEU ORGANISMO NÃO TEM ESSE LUXO DE LÍQUIDO PARA LÁGRIMAS, DE MEUS OLHOS DESCE SAL.

RENOVA OS PLANOS DO DIVINO GOVERNO E POLÍTICOS

E HISTORICAMENTE VAMOS PARA OUTRA GRANDE SECA.

UMA FORTUNA NO SORRISO DOS POLÍTICOS

UMA VIA CRUCIS PARA MEUS BICHINHOS JÁ MORTOS E ESTURRICADOS.

EU VOU PROCURAR UM EMPREGO NO CORPO DE BOMBEIROS

VAI QUE NEM PRECISE USAR ROUPAS CONTRA FOGO, TENHO A MINHA PELE DURA CONTRA O SOL ESCALDANTE.

MINHA MUIÉ A BEIRA DO BURACO ESCAVADO RESPIRA COM DIFICULDADE.

É PATRÃOZINHO, TALVEZ HOJE SEJA A VEZ DE ENTERRAR A MÃE JUNTO AO ANJINHO TAMBÉM,

PEGO A PÁ DA MÃO DELA E AUMENTO O BURACO,

OLHO E FAÇO A MEDIÇÃO.

AUMENTO MAIS AINDA...

É DOUTÔ NÃO VOU FICAR NESTA TERRA DE FOGO SEM MEUS FILHOS E MINHA COMPANHEIRA[, NÃO.

INTÉ..........

j.tor-4