É para rir ou chorar?
Muito me preocupa as estatísticas que apontam um aumento da expectativa de vida das pessoas no mundo e, principalmente, no Brasil. Mesmo que a qualidade de vida melhore não será fácil administrar uma longevidade. Sabemos das limitações naturais que acompanham o envelhecer. Nem vou falar do que já sabemos no que diz respeito ao acesso à saúde pública e previdência social. E, nesse mundo conturbado, que ninguém tem tempo para cuidar de seus filhos, imagine cuidar de seus idosos. Digo idosos porque as gerações vão se confrontar. Se for certo que a média de vida já está chegando aos 85, podendo até mesmo ultrapassar os cem, poderemos nos deparar com anciãos de 120 anos, cujos filhos terão 100 anos e netos 80. Podendo até acontecer que os filhos e netos deste centenário morram antes dele, por algum motivo ligado a deficiências da idade. Que alegria teria essa criatura de ver seus entes queridos morrerem e ela ficar? Ninguém gosta de enterrar filhos ou netos. E quem estaria cuidando do idoso vulnerável? os bisnetos de 60? Mesmo que até lá já tenhamos boas creches para idosos a situação não será nada agradável. Sendo assim, melhor parar por aqui para não desencantar os que acham que estender a vida ao máximo, mesmo com todos os entraves, é uma grande conquista.