Estômago Herói

Como se diz por aí :"vivendo e aprendendo", no caso aprendi a não confiar mais em promoções das comidas a quilo (não é "por quilo" porque senão você vai comprar um quilo, dois quilos de comida!).No caso específico, trata-se do "preço fixo", isto é, você pega quanto quiser e paga um só preço. Como não existe mágica, e eu já deveria desconfiar, para oferecer um preço que compense financeiramente tanto com o glutão quanto com o que não come nada ( estou no primeiro caso), podem-se tomar três atitudes; ou se toma prejuízo, o que os sábios comerciantes não vão fazer, ou se faz a comida mais banal da banal, como o franguinho grelhado e arroz e feijão, ou, o mais comum, a solução "à brasileira", que é tentar enganá-lo; ou seja, o bife de hoje vira o bolinho de amanhã; o frango assado de hoje vai ser o picadinho de amanhã e , se ainda sobrar, vira salpicão.

Nunca ninguém seguiu as leis de Lavoisier tão à risca quanto nossos nobres donos de comida a quilo: nada se cria, nada se perde, tudo se transforma! Adicione-se a isso o calor de mais de 30 graus de Sampa e a turma batendo papo enquanto pega a comida ( e em cima dela!). Lembrando uma antiga novela chamada Pai Herói, aqui deveria se chamar "estômago herói". Que saudade da comida de sua mãe, em que tudo era caprichado e limpinho; agora paga-se caro por uma comida sofrível e, seu estômago sofre: vômitos e diarreia de que jamais vou esquecer, mui nobres comerciantes, que pensam que"pimenta no estômago dos outros é refresco"; desta última vez que comi em seu nobre estabelecimento ( e espero ser a última mesmo!), estava uma gororoba indizível; não sei como têm coragem de fazer uma comida dessas, digna de dar saudades do bandejão da faculdade!

Por essas e outras aprendi na marra a cozinhar a própria comida e, vou continuar a fazê-lo; quem sabe me torne chef de cozinha e ensine essa gente como se deve cozinhar!