UM PAÍS FANTASIADO
Na revista Veja que chegará às bancas esta semana, há uma reportagem sobre o novo PNE (Plano Nacional de Educação). Que vem sendo gestado desde quando o petismo estava no poder. O plano sempre recebeu mais críticas que apoio.
Na educação mudanças podem ser bem-vindas. Contanto que não sejam através de uma revolução. É exatamente isto que o novo PNE pretende fazer na educação brasileira. Revolucionar é educação é atirar no próprio pé. O tiro dos militares sangra até hoje.
No título e subtítulo da reportagem sobre o PNE, a revista faz alusão ao carnaval que vem se aproximando. Diz que “Bonito de ver, o plano é pura fantasia”. E que “Um estudo inédito mostra que o PNE parece um enredo carnavalesco”.
No Brasil, não apenas o futuro da educação parece ser um enredo carnavalesco. O país inteiro fantasiado é um enredo. Para piorar, o enredo fica distante de receber nota dez. E quem não para de “dançar” ultimamente é a população.
As figuras mais estranhas fantasiadas neste enredo sem dúvida são os tucanos. Depois de lutarem por mais de uma década para tirar um partido corrupto do poder, agora apoiam outro partido igualmente corrupto no poder. Se isto não bastasse, percebe-se claramente que o casamento desfeito no passado está prestes a ser reatado.
PMDB, PSDB e alguns outros foliões, literalmente se apoderaram do Brasil. Além disso, transformam suas visões de governo em verdades absolutas. Aprovam mudanças estruturais no país, para as quais não foram eleitos. Estranho é a população engolir e ficar calada. Esqueceram-se do caminho das ruas? O som do bater de panelas enjoou?
A previdência é o bode expiatório da vez. Um governo que certamente acabará melancólico em 2018, se chegar até lá, está preocupado com 2060, e até agora não tomou medidas contra o desemprego. Nosso grande problema atual. Qual seria o impacto de doze milhões de desempregados na receita da Previdência Social?
Desde FHC, passando pelo petismo, nosso samba enredo tem apenas uma nota, e sempre foi composto pelos mercados financeiros. Que alcançaram o status de ditar o ritmo, a evolução e distribuir as fantasias.
Enquanto governo e mercados financeiros se esbaldam num carnaval de galã, o débito da conta tem nome, endereço e RG. Para piorar, ensinaram os brasileiros endividarem-se, aumentado os lucros dos distribuidores de fantasias.
Quando chega a quarta-feira de cinzas, é normal alguns apelarem para a maldade e a canalhice. Esquecem-se de que a maldade e a canalhice também são os sambas enredos preferidos dos corruptos.