As duas faces da moeda
Assim como cada um do seu lado defende seus interesses, também cada um deveria analisar a razão do outro. Recentemente, numa simbologia, duas pessoas olhavam para o mesmo número, visto de posições contrárias. Para um, era o número seis; para o outro, o número nove. E discutiam, contundentemente, cada um se achando com a razão, acusando o outro de estar errado.
Isto nos fez lembrar uma historinha antiga, do tempo da cavalaria andante. Dois cavaleiros, vindos de direções contrárias, encontram-se exatamente diante de um grande escudo. E um deles exclama: “que lindo escudo de ouro!”
Enquanto isso, o outro exclama: “que lindo escudo de prata!”
E estas exclamações os levam a uma contenda, cada um acusando o outro de teimoso: “não vê que é de prata?”
_ “Não vê que é de outro?”
E sacam suas espadas, e ambos caem feridos, ensanguentados.
E surge um terceiro cavaleiro e pergunta-lhes o motivo daquela contenda.
_ Pela teimosia do meu opositor. Cada um acusando o outro de cego, por não enxergar que o escudo era de ouro ou de prata.
E o terceiro cavaleiro olhou os dois lados do escudo e disse: “todo esse sangue teria sido evitado, se cada um tivesse tido a preocupação de examinar as duas faces da questão”. De um lado era realmente de ouro; do outro, de prata.