O modus operandi dos lobistas
Miguel Lucena - Delegado da PCDF e jornalista
A morte do ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal, em queda de avião pertencente ao dono do Hotel Emiliano, que também estava no voo, chama a atenção para o modo de agir dos lobistas brasileiros.
Os lobistas, cuja carreira não foi regulamentada no Brasil, são população difusa. Variam de pessoas desempregadas a empresários de sucesso.
O dono do Emiliano era empresário e lobista.
A aeronave que caiu era dele em sociedade com um banqueiro do BTG Pactual, banco enrolado na Lavajato.
Isso não quer dizer, todavia, que o ministro Teori dispunha dessas informações, mas deveria.
Ocorre que os lobistas são sedutores. Eles adivinham suas carências e necessidades e fazem de tudo para supri-las. São capazes de descobrir quanto calça cada membro da família para presenteá-los com sandálias da moda.
Aproximam-se das autoridades importantes nem sempre para corrompê-las, mas para forçar amizade e usar seu nome em tenebrosas transações.
São especialistas na arte de bajular, afagando o ego de quem está precisando. Até rastejam, se for preciso, porque o objetivo final é obter vantagem e para isso qualquer meio é válido.
Perdido o posto importante ou estratégico pela autoridade, os lobistas somem na rapidez de um raio.
Por isso, as autoridades precisam ficar atentas.
Nessa área não há amizades, só interesses, geralmente comandados por mafiosos que derrubam aviões, se preciso for.