A MALDADE – De Osama Bin Laden às Penitenciárias brasileiras”
“O mundo é um lugar melhor para se viver?” Pergunta Deus ao homem. “Sim, somos pessoas responsáveis, temos famílias, empregos e conduzimos o mundo de maneira a que nunca o fuja ao nosso controle”. Deus contentou-se e sumiu. O homem, aliviado, deu um suspiro bem forte, deixou o corpo relaxar, pois não acreditara no que havia acontecido: Deus diante dele e ele ter mentido.
Assim é a Natureza Humana, má, mentirosa e manipuladora. Deus foi apenas uma alegoria para simbolizar que o homem é mau em Tudo.
Existe maldade quando o homem promete fidelidade à esposa, no ato do matrimônio, momento pelo qual os noivos devem estar tomando as duas maiores decisões de suas vidas, mas sabem que as frustrações de suas respostas são imediatas...
Segundo o Dicionário Houaiss – 1º maldade é a característica ou ato de alguém que é mau. 2º ação prejudicial e mal intencionada 3º malícia (Etim.: latim, malitas, átiis, ‘ruindade, dano, prejuízo)
A maldade é provocada por poderes que se obtêm, dos mais reles aos mais significativos pactos sujos, onde se escravizam o “idiota”, nas palavras de Márcia Tiburi “o Burro mesmo”: não há muito o que dizer. Mesmo com informação por todos os lados, ele não consegue juntar os pontinhos. Por exemplo: o “burro mesmo” faz uma manifestação “democrática” para defender a volta da ditadura. Para bom entendedor, meia palavra…” Ainda, segundo a escritora “Cria-se um inimigo a ser combatido. O inimigo é o mais variado, mas sempre alguém que representa, na fantasia do escritor, o ideal contrário ao dos seus leitores (os idiotas: o burro mesmo, o ignorante orgulhoso.”) Esses são alguns espécimes que a maldade pega, sem perdão, e mantêm no cabresto por longas datas. Na seara destampada das confissões humanas não existe bondade quando o veneno do mal já foi provado. Com diversos ataques terroristas que modificaram a estrutura turística em certos países europeus, por certo tempo.
Provamos a maldade em Nova York, no 11 de setembro de 2001; em Paris, em 13 de setembro de 2015, em incansáveis comunicados nos países do Oriente Médio; aos dois ataques feitos com caminhões na Alemanha. E agora, por últimos símbolos de descaso, desprezo, vilipêndio, niilismo, estamos vivendo, rodeados nas bombas-atômicas dos presídios brasileiros, que, como produtos enlatados por muito tempo conservados, começaram a se estragar, venceram, apodreceram. Mas, o que os diferencia dos produtos de supermercado é que não existe reposição para os seus lugares, desta forma, preservam-se em sua putrefação, misturando-se às putrefações dos outros e dos mais que chegam.
Vimos o rosto do abandono no garoto sírio, Aylan Kurdi, de 3 anos, que morreu afogado, chocando o mundo, em 2015, isso é maldade; o que falar diante da imagem de Omran Daqneesh, o menino de seis anos que, todo sujo de sangue e de areia, espera sentado no Hospital para ser atendido, sem chorar, como se nada o tivesse acontecido. O que faz os próprios cidadãos de um país entrar em confronto, matando quase meio milhão de pessoas (470 mil) e ver mais de cinco milhões saírem do país, sem destino certo, por causa da guerra? Por causa da vaidade de um homem que insiste em permanecer no poder, para continuar, provavelmente, como todos os ditadores, destilando veneno, impunidade e injustiça contra seu povo.
Dá para ver maldade no dedo engatilhado de um policial fardado, em pleno movimento de carros, sem o mínimo de pudor de um flagrante, desferir um tiro que vitimou uma criança de dez anos. O que se passa na cabeça de um profissional dessa envergadura, que é responsável para cuidar e proteger da segurança das pessoas? Todos envolvidos, não apenas o executor. É um caso de maldade ou descaso de fragilidade do aparelhamento que está nas ruas?
Ódio, desrespeito, desumanização, ato ou forma de interceder no sofrimento alheio, corrupção carnal, em linhas gerais, popularmente chamados de curra relacionados ao Caso Aída Curi, provou-se ser um mal de proporções mundiais, a partir de dois casos acontecidos no Brasil, recentemente, o estupro de uma garota no Piauí e de outra no Rio de Janeiro, acordou as pessoas, o empoderamento feminino a favor dessas jovens. A pessoa ser violada naquilo que lhe é mais sagrado e íntimo – seu corpo – ter a invasão por figuras estranhas, sem concessões, com agressões físicas, moral, sexual; a impotência diante da situação, saber que será ferida pelo resto de sua vida. Essa é uma maldade que qualquer ser humano não tolera. Esse sentimento de raiva, machismo, misoginia e de maldade, claro. Pondero como uma incógnita – A mulher deveria ser a espécie mais desejada dentre todas as espécies, e é. Qual a razão de machucá-las tão violentamente, com agressões tão covardes?
Orientado pela filosofia de Schopenhauer tento trazer à luz a resposta para essa questão: “Em alto grau a malevolência torna-se alegria maligna que chega a se tornar diabólica. Inveja e alegria maligna são apenas de cunho teórico as suas versões práticas são, respectivamente, maldade e crueldade.”
Sendo assim, os humanos são dotados de uma “alegria maligna”, ou seja, no caso do estupro, não obter prazer, tendo só a necessidade de ejacular no coito, mas obtê-lo com o sadismo, a humilhação e a dominação.
Relembremos o ataque covarde à uma boate feita em junho de 2016; mais um previsível ataque terrorista no mundo, e mais uma vez nos Estados Unidos, por um jovem, como aconteceu em Virgínia, no Massacre de Virgínia Tech, em 2007, e em dezembro de 2012, na Escola primária de Sandy Hook, quando 20 crianças foram mortas.
O ataque do ano passado foi feito a uma boate gay, o atirador, conseguiu entrar com duas armas, sendo uma de grande porte e matou 50 pessoas. Uma ressalva ao massacre na escola de Columbine, em 1999, onde se acendeu o sinal de alerta para o mundo, quando o documentarista dirigiu o Documentário “Tiros em Columbine”.
Podemos lembrar aqui vários outros atentados terroristas, ou jovens assassinos que ultrapassam o limite entre razão e maldade. Carregar dentro de si, um sentimento latente por tanto tempo, planejando secretamente um feito que não dá para se descrever o tamanho de sua dimensão. E onde entra a maldade nesses casos? Ela é modificada pelo ódio reprimido, pelo desprezo do mundo em si e da vida, pelo isolamento e, em muitos casos, por doutrinas e ideologias que alienam com seus dogmas de racismo, segregação, religiões, homofobia entrelinhas mascarando ofertas para um falso paraíso, com um deus falso que tem como base de sua religião matar as pessoas do mundo.
“O homem é o lobo do outro homem.” “O Homem, que, nesta terra miserável, /Mora, entre feras, sente inevitável/Necessidade de também ser fera”.
Entre Hobbes e Augusto dos Anjos as duas citações se equivalem, mas o que seria essa necessidade de ser fera ou de ser lobo? Não entendo como maldade, entendo como adaptação. Isso é diferente de fazer mal a alguém, se na selva você tem que conviver com animais que querem te caçar, precisa caçá-los primeiro. Na vida do humano a maldade existe como uma qualidade para uns e como defeito para outros. A maldade precisa ser qualidade quando se vive no determinismo, na sobrevivência da selva humana, onde tudo de ruim acontece, é neste contexto que a pessoa tem que ser má.
Quando for defeito, ela levará o indivíduo às garras de Deus e do diabo, ela terá uma chance para escolher qual vida quer seguir, renunciará a vida que a entidade divina lhe proporcionaria e caminhará de mãos dadas com Leviatã, da ascensão à queda.
Para Nietzsche os homens miseráveis, descamisados, bestializados, maltrapilhos, jogados nos cantos dos becos eram dignos de boa vontade. A aristocracia, por outro lado, invalidava tais seres humanos como rebanho mau, mas os escravos os condenavam como demoníacos.
Eu não sinto maldade em mim, mas será que possuo?
Espero meu Apocalipse pessoal, meu diário eterno de anotações santificadas ou demoníacas. As forças antagônicas dentro de mim parecem já em confusão, quem as controla sou eu.
A maldade é a transfiguração de todos os encantamentos mágicos, bem como, a motivação por trás de cada uma das decisões tomadas no mundo capitalista onde buscam com seus computadores, smartphones e tablets de última geração, tentar se maior sucesso, o maior ganho, a maior jogada, ou seja, a destruição de uma vida se possível for, por um objetivo que se caracterize pela ambição – maldade.
Fazendo uso da teoria de Stephen Hawking, para voltar o tempo, descrito no seu genial livro “Uma breve história do tempo”, chego aos dias de Cristo na Terra e partirei desse princípio para fazer o meu fim. Lá, em seu tempo, ele foi um orador, um homem de sabedoria, que juntava as massas, chamado de o Messias. Levaram-no preso, e num julgamento junto com um ladrão, foi escolhido para ser morto em seu lugar.
A maldade humana, assim, criou o Cristianismo para lembrarem todos os dias os sofrimentos pelos quais passou aquele homem, através de orações, lamentos, louvores e confissões.