Dinheiro e foguetórios

Miguel Lucena

Sempre que eclode uma crise, como essa do sistema prisional, vozes começam a repetir por todos os lados uma palavra mágica: dinheiro.

É  preciso mais dinheiro para financiar o sistema, sugere-se a vinculação de receitas, como na educação e saúde, e até  mesmo a utilização de fundos de outras áreas.

A máquina pública brasileira é  um saco sem fundos. Quanto mais recursos se destinam, os serviços ficam piores.

Na segurança  pública, os investimentos são basicamente em viaturas e armas, porque são coisas que ficam bem na fotografia, e muito pouco em tecnologia.

Assim, as polícias ostensivas ficam andando de viaturas por aí, pegando o bandido que dá  bobeira na esquina  e nem imaginando que na loja mais adiante funciona o comércio de lavagem de dinheiro de um tubarão do crime.

O crime organizado  movimenta 10 bilhões de dólares por ano, quase 1 bilhão somente no Distrito Federal, e o Estado comprando viaturas.

É  preciso investir na Inteligência e nas polícias especializadas em investigação  para quebrar as pernas do crime organizado em suas atividades legais, as lojas e restaurantes  que pouco vendem e têm  lucro exorbitante no fim do ano.

Os políticos, no entanto, querem mais dinheiro para obras que vão  irrigar a próxima campanha, enquanto usam o Exército nas cadeias para acalmar o povo.

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 20/01/2017
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