Em busca da ilusão
Em busca da ilusão
Haroldo P. Barboza – RJ / jan-2017
Efetivamente a sociedade brasileira desperdiça os canais modernos de comunicações das redes sociais. Nossos nativos imaginam que editando indignação por atos criminosos de nossos dirigentes, em uma semana os delinquentes serão encarcerados. Os políticos sabem que as reclamações retrocedem apenas com um boato sobre separação de um casal de artistas da rede bobo, que passa a ser manchete por 15 dias.
Não percebemos que a ferramenta deveria ser usada para planejar, informar, arquivar e agendar os processos efetivos para varrer as ratazanas de nosso cenário para que possamos canalizar nossos esforços em prol da produtividade e qualidade de vida adequada aos impostos que pagamos.
Estes processos devem ser conduzidos por figuras de credibilidade e popularidade elevada (que nunca tenham exercido cargos públicos) e que possuam oratória simples para serem entendidas com rapidez pelos adoradores do “santo byte”.
***** Vamos supor em 2 minutos uma fábula que desejamos.
Um grupo (*1) composto por dois promotores públicos, dois jornalistas, dois cantores, dois artistas de novelas, dois veteranos do futebol, um cardiologista, um cuidador de idosos, uma escritora consagrada, um estilista de modas e um veterinário fundam o site:
www.memoria-politica-XX.com.br a ser alimentado por 120 voluntários se revezando em 6 grupos de 20 pessoas semanalmente. A função de cada grupo é buscar informações DIÁRIAS sobre tudo que prejudica o cidadão por “maldades” (mais impostos, mais burocracia, menos postos de atendimento, aumento das mordomias dos incautos, cortes de direitos, etc).
***** XX = RJ, SP, MG, ... outros estados
Tal site vai expor links entre dezenas de possibilidades:
a) Relação de atos nocivos publicados no DO de cada esfera;
b) Relação de políticos denunciados, processados, condenados e presos (*2) por atos criminosos;
c) Relação de empresas que devem ter seus produtos “incomparáveis” por 30 dias por terem patrocinado as campanhas eleitorais de tais criminosos;
d) Relação de cargos comissionados criados em autarquias públicas e parentes dos políticos que foram “empossados”;
e) Despesas mensais de cada área dentro das câmaras públicas acima do básico (marca dos produtos adquiridos, se possível);
f) Relação de enfermos falecidos semanalmente pela falta de atendimento nos hospitais da região;
g) Relação de falecidos semanalmente por falta de segurança;
h) Relação de desempregados semanalmente pelo estrangulamento de indústrias e comércios locais;
i) Relação de locais inundados nas últimas 20 tempestades;
j) Relação ... (mais de 100 possibilidades que você imaginar) ... de barbaridades.
A mistura de 25% destes ingredientes (aleatoriamente), num pais consciente, provocaria um movimento cívico (físico) CONSTANTE de no mínimo 25.000 pessoas (temos quase 1 MI de desempregados no RJ) diariamente diante das residências dos governantes que se escondem atrás da impunidade que se concedem através de normas viciadas e não contestadas pelos eleitores acomodados.
***** Tal fábula conta com alguns fatores que impedem que ela se torne realidade:
*1 = a maior parte destes personagens ilustrados não querem se “queimar” com seus patrões e desta forma, não conduzirão nenhum movimento cívico que possa alterar o atual cenário que lhes é confortável. Eles podem mudar de Estado rapidamente (e país) se o ”caldeirão” esquentar;
*2 = Como nenhum político fica preso mais de 6 meses e JAMAIS devolve os valores subtraídos, o entusiasmo do movimento arrefece.
***** E para concluir (o pior de tudo):
Nosso povo já se acostumou em ser pisoteado, humilhado e massacrado sem cerimônia pelos que editam as normas e desviam os impostos para suas contas no exterior.
Já (nunca) não manifesta vigor para dar sequencia às atividades que exigem paciência e desprendimento para modificar tal panorama.
Além do mais, não abre mão do tempo em que fica “hipnotizado” pelas bobagens que fluem (mais de 90%) através das telas de cristal líquido, LCD, LED, hologramas fascinantes e outros componentes similares.
***** A luz do túnel já não é percebida pois o dito cujo desabou faz tempo.
FIM