O Caso Do Fanático Religioso E Ex-Promotor Do MPF/RO
O DESFECHO DESSA HISTÓRIA: EX-PROMOTOR DO MPF EM RONDÔNIA, MANTEVE, EM 2014, SOB CÁRCERE PRIVADO E TORTURA SUA EX-ESPOSA.
É uma história bizarra. Que iniciou em 2014, em Rondônia.
Douglas Ivanowski Kirchner assumiu o cargo de procurador da República em Rondônia quando a mulher, Thamires, estava sequestrada por integrantes da Igreja Evangélica Hadar, em Porto Velho, à qual o casal pertencia.
Já no cativeiro, Thamires foi punida pela pastora da igreja, na época, pastora Eunice, com uma surra de cipó por ter jogado fora a aliança de casamento. Douglas consentiu a toda essa brutalidade, assistiu tudo.
Ela sobreviveu comendo restos de comida, no cativeiro não tinha acesso a itens de limpeza e nem a remédios. Dormia no chão.
A família chegou a denunciar que Thamires estava desaparecida. Enquanto ela era mantida prisioneira, Douglas assumiu o cargo no MPF/Rondônia, em maio de 2014 e, assim, ingressou no estágio probatório de dois anos.
Ela conseguiu fugir do cativeiro e denunciou o ex-marido ao MPE de Rondônia.
Douglas foi transferido pelo procurador-geral Rodrigo Janot ao Distrito Federal, para tratamento psiquiátrico.
Após, ele passou a ocupar, provisoriamente, a vaga do promotor Paulo Roberto Galvão de Carvalho, que trabalhava na Operação "Lava Jato" em Curitiba.
Mas, não foi o fim da carreira dele. Pelo contrário: Douglas ganhou notoriedade outra vez em 2015. Segundo a defesa de Lula, ele vazou documentos de investigação que havia aberto contra o ex-presidente que corria sob sigilo. Destino dos vazamentos? A revista Época, da família Marinho.
A defesa do promotor argumentou, na época à promotoria para o caso, que considerava ele apto a desempenhar suas funções normalmente.
No final, a proposta da relatora foi derrotada por 5 a 4.
Além da relatora, os conselheiros Mario Bonsaglia, Monica Garcia e Deborah Pereira consideraram que o promotor violou a Lei Maria da Penha quando já era integrante do MPF.
A defesa conseguiu com que ele conquistasse o cargo vitalício. Inacreditável, isso. Mesmo com todas essas acusações sobre ele.
Somente em abril de 2016, o procurador da República Douglas Ivanowski Kirchner foi demitido pelo Conselho Nacional do Ministério Público devido a casos de violência contra sua mulher. Além de mantê-la em cárcere privado e de bater nela, Kirchner assistiu sua companheira ser agredida pela pastora da igreja que frequentavam.
A penalidade foi decidida, por maioria, pelo Plenário da entidade. Consta no Processo Administrativo Disciplinar 1.00162/2015-03 que a pastora Eunice teria dado uma surra de cipó na mulher do procurador, que presenciou o ato sem tomar nenhuma atitude. Em outras ocasiões, ele teria batido em sua cônjuge com um cinto e lhe dado tapas. Além disso, a vítima era frequentemente privada de comida e de itens básicos de higiene pessoal.
Sabem quem fez a defesa do, agora, ex-promotor, ela mesma: Janaína Paschoal. A mesma que faz pirotecnia sensacionalista na mídia, a mesma autora do discurso sem noção durante o julgamento de Dilma, no Senado. Além da bizarrice, ela também defende machista e moralista religioso fanático.