Sou quem sou por que somos todos nós “Ubuntu”

Chegamos ao final do ano de 2016, e, estamos vivendo o período das festas natalinas. Nesta ocasião a humanidade fica mais suscetível a solidariedade, a fraternidade, a benevolência. É um momento de reflexão principalmente para os cristãos. Independente da sua religiosidade ou qualquer outra questão quero fazer uma reflexão sobre uma filosofia antiga africana, chamada “Ubuntu”.

Um antropólogo estava fazendo um trabalho de pesquisa sobre uso e costumes em uma tribo africana e ao final de seu trabalho resolveu fazer uma brincadeira com as crianças. Pegou uma grande cesta de doces enfeitou e a colocou debaixo de uma árvore. Preparou todas para a competição; a intenção era de quê, quem chegasse à cesta mais rápido venceria a competição e obviamente levaria todos os doces. Quando ele gritou já, todas se deram as mãos e correram em desabalada carreira, sentando ao redor da cesta de doces alegremente, saboreando-a. O antropólogo ficou intrigado e surpreso. “Ubuntu” tio, disseram as crianças. Que sentido teria se uma delas ficasse com a cesta e as outras ficassem tristes”.

Ao contrario da filosofia reinante em que quanto mais temos, mais queremos, quanto mais consumimos mais somos, em que o ter é mais importante que o ser; o homem africano quer que o universo seja orgânico que tende à harmonia e no qual as partes individuais existem somente como aspectos da unidade universal.

Nesta filosofia esta inserida as palavras respeito, cortesia, compartilhamento, comunidade, generosidade, confiança, desprendimento e compaixão. Tudo isso é o espírito de “Ubuntu”. É uma palavra bastante ampla que pode ter muitos significados. E dentro dos significados da palavra africana “Ubuntu” uma que encontrei e acho que explica toda a minha interferência no seu final de ano é a de que: “Sou quem sou por que somos todos nós”. Olha que interessante a pessoa que tem “Ubuntu” é consciente da responsabilidade do eu dentro da comunidade; esta claro que ela é afetada quando o semelhante é afetado. O mundo não é uma ilha, ela precisa dos outros para ser ela mesma. Ser humano é ser como os outros e ser como os outros deve ser tudo. Nós precisamos de gente para que possamos aprender a ser gente.

“Ubuntu” não significa que as pessoas não devam cuidar de si própria. A questão é: você vai fazer isso de maneira a desenvolver a sua comunidade, permitindo que ela melhore?

Não faça caridade, não seja gentil, não seja fraterno, não tenha compaixão agora, não pratica empatia, não seja cortês, não compartilhe neste período por que é natal, mas faça sempre, durante toda a vida.

Abuse da confiança, exerça mais do que nunca a generosidade, a fraternidade, a solidariedade, só assim teremos mais esperança de um mundo melhor, bom natal, um feliz e próspero ano novo. “Ubuntu” pra você.

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 25/12/2016
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