"Farias sexo ou te casarias com um robô?!"
Especialistas dizem que interação íntima entre humanos e máquinas é inevitável e que vai despertar questões éticas!
Você faria sexo com um robô ou casaria com um? O robô teria direito a rejeitar esse tipo de união? Essas foram apenas algumas das questões levantadas na segunda edição da conferência "Amor e Sexo com Robôs", realizada quase que de improviso esta semana na Universidade Goldsmiths, em Londres, depois de o governo da Malásia - o país-sede original - ter proibido o evento.
Levy em 2007 publicou um livro sobre amor e sexo com robôs, que provocou polêmica
E a controvérsia não se limitou a países de orientação mais conservadora, como é o caso da Malásia. A conferência não teve entre os frequentadores nenhum representante da indústria do sexo e nenhum tipo de exibição de robôs sexuais.
Uma companhia americana que fabrica brinquedos sexuais "reais", a RealDolls, anunciou que lançará uma boneca sexual com inteligência artificial em 2017. Se isso acontecer, isso confirmará as previsões do cientista David Levy, que há tempos fala em uma era de "robôs humanizados".
Foi Levy quem fez o discurso de encerramento do evento em Londres, em que falou sobre interações íntimas entre androides e humanos.
"Hoje nós já temos robôs que fazem companhia às pessoas, e um que funcione como parceiro é uma continuação lógica de uma tendência. Nos próximos 10 anos, é perfeitamente possível tecnologicamente criar um robô programado para ser o que as pessoas querem em um consorte - paciente, afetuoso, confiável, respeitoso e que não reclama", disse o cientista.
"Porém, alguns gostam de atritos em um relacionamento e podem querer casar com um robô agressivo".
A série de TV 'Westworld' explorou a ideia de que pessoas pagariam para fazer sexo com robôs.
A ideia de um parceiro programável gera questões éticas, até porque Levy admite que a legislação precisará reconhecer direitos de robôs. Pode parecer algo criativo demais, mas ao longo de 2016 houve um número de debates sobre o assunto envolvendo representantes da indústria da tecnologia, do mundo acadêmico e de governos.
A visão de Levy é simplória. "Se o comportamento de um robô sugere que quer casar, temos que assumir que é esse seu desejo".
O sonho androide
Há poucas evidências de que a atual tecnologia de inteligência artificial esteja sendo instalada em algo remotamente parecido com humanos. Robôs que fazem companhia, como o Pepper e o Nao, têm características humanas, mas parecem mais brinquedos do que pessoas.
Tentativas de criar "companheiros vivos" como o Geminoid são frequentemente descritas como "assustadoras".
Mas parece haver um desejo de humanizar robôs e mesmo ferramentas de inteligência artificial - o que inclui, por exemplo, a assistente virtual Siri, da Apple. Mas é necessário apenas olhar para o mundo do futebol-robô para ver o quão longe estamos do dia em que um robô poderá se mover com um humano.
A conferência em Londres foi uma misteriosa combinação entre apresentação de trabalhos acadêmicos e debates acalorados.
Alguns estudos apresentados eram sobre a área da tecnologia háptica e seu usou em brinquedos sexuais, o que incluiu o projeto Teletongue, um dispositivo desenolvido pr cientistas da Universidade Keio, no Japão. A ideia é permitir intimidade entre parceiros em relacionamentos de longa distância.
Um parceiro beija ou acaricia um molde plástico de uma parte corporal - os pesquisadores atualmente usam uma orelha - e o som e vibrações são transmitidos para o outro, que pode sentir e ouvir as ações.
Lynne Hall, da Universidade de Sunderland, no Reino Unido, defendeu o uso de brinquedos sexuais mais sofisticados e ligados à realidade virtual, por exemplo, como alternativa para o uso de robôs humanizados.
+ Jovem conta como vício em pornografia afetou vida sexual: 'Mulheres normais não me excitavam'
"Se uma unidade robótica de spray de pintura não se parece com um pintor humano, não precisamos de um robô sexual que se pareça com (o ator britânico) Jude Law", disse Hall.
A cientista também acredita que a experiência sexual humana poderia ser melhorada com o uso de um exoesqueleto cheio de sensores coletores de dados. "Eu não teria problema em compartilhar meus dados se isso melhorasse a experiência sexual para outras pessoas". Mas nem todo está se voluntariando.
Há alguns meses, a empresa Standard Innovation, que fabrica produtos íntimos como vibradores e aneis penianos computadorizados, foi processada com base em acusações de que coletava secretamente dados de usuários que conectavam os aparelhos a seus smartphones. A empresa fez um acordo financeiro extrajudicial.
O Instituto Imagineering, que participou da organização da conferência, fez uma enquete sobre atitudes em relação ao sexo com robôs, perguntando a 30 funcionários se eles estariam interessados em um relacionamento íntimo com um robô.
Para Kate Devlin, acadêmica da Goldsmiths, a conferência apresentou a chance de discutir como a indústria pode se desenvolver e os pontos éticos que pode levantar.
"Se tivermos máquinas conscientes, como saberemos se são conscientes? O quão avançada essa consciência será e quais serão nossas responsabilidades junto às nossas criações?", questionou. "Elas terão direitos? Devemos programar a ideia de consenso?"
Especialistas dizem que interação íntima entre humanos e máquinas é inevitável e que vai despertar questões éticas!
Você faria sexo com um robô ou casaria com um? O robô teria direito a rejeitar esse tipo de união? Essas foram apenas algumas das questões levantadas na segunda edição da conferência "Amor e Sexo com Robôs", realizada quase que de improviso esta semana na Universidade Goldsmiths, em Londres, depois de o governo da Malásia - o país-sede original - ter proibido o evento.
Levy em 2007 publicou um livro sobre amor e sexo com robôs, que provocou polêmica
E a controvérsia não se limitou a países de orientação mais conservadora, como é o caso da Malásia. A conferência não teve entre os frequentadores nenhum representante da indústria do sexo e nenhum tipo de exibição de robôs sexuais.
Uma companhia americana que fabrica brinquedos sexuais "reais", a RealDolls, anunciou que lançará uma boneca sexual com inteligência artificial em 2017. Se isso acontecer, isso confirmará as previsões do cientista David Levy, que há tempos fala em uma era de "robôs humanizados".
Foi Levy quem fez o discurso de encerramento do evento em Londres, em que falou sobre interações íntimas entre androides e humanos.
"Hoje nós já temos robôs que fazem companhia às pessoas, e um que funcione como parceiro é uma continuação lógica de uma tendência. Nos próximos 10 anos, é perfeitamente possível tecnologicamente criar um robô programado para ser o que as pessoas querem em um consorte - paciente, afetuoso, confiável, respeitoso e que não reclama", disse o cientista.
"Porém, alguns gostam de atritos em um relacionamento e podem querer casar com um robô agressivo".
A série de TV 'Westworld' explorou a ideia de que pessoas pagariam para fazer sexo com robôs.
A ideia de um parceiro programável gera questões éticas, até porque Levy admite que a legislação precisará reconhecer direitos de robôs. Pode parecer algo criativo demais, mas ao longo de 2016 houve um número de debates sobre o assunto envolvendo representantes da indústria da tecnologia, do mundo acadêmico e de governos.
A visão de Levy é simplória. "Se o comportamento de um robô sugere que quer casar, temos que assumir que é esse seu desejo".
O sonho androide
Há poucas evidências de que a atual tecnologia de inteligência artificial esteja sendo instalada em algo remotamente parecido com humanos. Robôs que fazem companhia, como o Pepper e o Nao, têm características humanas, mas parecem mais brinquedos do que pessoas.
Tentativas de criar "companheiros vivos" como o Geminoid são frequentemente descritas como "assustadoras".
Mas parece haver um desejo de humanizar robôs e mesmo ferramentas de inteligência artificial - o que inclui, por exemplo, a assistente virtual Siri, da Apple. Mas é necessário apenas olhar para o mundo do futebol-robô para ver o quão longe estamos do dia em que um robô poderá se mover com um humano.
A conferência em Londres foi uma misteriosa combinação entre apresentação de trabalhos acadêmicos e debates acalorados.
Alguns estudos apresentados eram sobre a área da tecnologia háptica e seu usou em brinquedos sexuais, o que incluiu o projeto Teletongue, um dispositivo desenolvido pr cientistas da Universidade Keio, no Japão. A ideia é permitir intimidade entre parceiros em relacionamentos de longa distância.
Um parceiro beija ou acaricia um molde plástico de uma parte corporal - os pesquisadores atualmente usam uma orelha - e o som e vibrações são transmitidos para o outro, que pode sentir e ouvir as ações.
Lynne Hall, da Universidade de Sunderland, no Reino Unido, defendeu o uso de brinquedos sexuais mais sofisticados e ligados à realidade virtual, por exemplo, como alternativa para o uso de robôs humanizados.
+ Jovem conta como vício em pornografia afetou vida sexual: 'Mulheres normais não me excitavam'
"Se uma unidade robótica de spray de pintura não se parece com um pintor humano, não precisamos de um robô sexual que se pareça com (o ator britânico) Jude Law", disse Hall.
A cientista também acredita que a experiência sexual humana poderia ser melhorada com o uso de um exoesqueleto cheio de sensores coletores de dados. "Eu não teria problema em compartilhar meus dados se isso melhorasse a experiência sexual para outras pessoas". Mas nem todo está se voluntariando.
Há alguns meses, a empresa Standard Innovation, que fabrica produtos íntimos como vibradores e aneis penianos computadorizados, foi processada com base em acusações de que coletava secretamente dados de usuários que conectavam os aparelhos a seus smartphones. A empresa fez um acordo financeiro extrajudicial.
O Instituto Imagineering, que participou da organização da conferência, fez uma enquete sobre atitudes em relação ao sexo com robôs, perguntando a 30 funcionários se eles estariam interessados em um relacionamento íntimo com um robô.
Para Kate Devlin, acadêmica da Goldsmiths, a conferência apresentou a chance de discutir como a indústria pode se desenvolver e os pontos éticos que pode levantar.
"Se tivermos máquinas conscientes, como saberemos se são conscientes? O quão avançada essa consciência será e quais serão nossas responsabilidades junto às nossas criações?", questionou. "Elas terão direitos? Devemos programar a ideia de consenso?"