Existe Racismo no Brasil?

Existe Racismo no Brasil?

Tema: Existe Racismo no Brasil?

Título: O que é Racismo?

O que é racismo? Começo esse texto com essa indagação, no intuito de proporcionar uma maior abrangência sobre o assunto. Afinal o que é racismo?

Racismo, em termo morfológico, vem de raça, mas se os cientistas já provaram que não existem raças humanas, por que se fala tanto em racismo? Por definição consensual, racismo, semanticamente, se define por um ato de preconceito e/ou discriminação a quem é de outra raça, sobretudo a negra. Nesse ponto de vista, existe sim racismo no Brasil. Apesar de o país ser tão miscigenado.

O problema de falar de racismo no Brasil é que os brasileiros não aceitam que sejam racistas, ao mesmo tempo acreditam que há racismo no Brasil. Isso traz um paradoxo perigoso, porque se ninguém no país é racista, então por que a maioria afirma que existe racismo no Brasil? Então quem é de fato racista aqui? A resposta para essa pergunta é simples: todos nós somos racistas, mesmo que negamos ou não aceitamos isso. Desde pequenos somos compelidos a ver o lado negro como algo sempre ruim, muitas citações e ditados reforçam isso, tais como: “A situação ficou preta” (quer dizer que a situação ficou ruim), “amanhã é dia de branco” (quer dizer que amanhã será dia de trabalho, mostrando claramente, que, apesar de o negro ter tido um passado de escravidão, o trabalho propriamente dito é dos brancos, os negros sempre tratado como malandro ou vagabundo.), “serviço de preto”, ‘mercado negro” e por aí vai (...). Todas essas frases e ditos são racistas, porque sempre trazem um teor pejorativo atribuído ao negro. E no caso, todos nós os reproduzimos sem notar... somos assim racistas por osmose. O racismo no Brasil é cultural, está na gênese, mesmo os negros e os mulatos são racistas, pois vivem em uma sociedade hegemonicamente racista.

Grande parte da disseminação do racismo do Brasil se dá pelos próprios negros, que em sua grande maioria não reconhecem sua cor e muito menos suas origens e cultura. Isso explica o sucesso dos produtos para alisar o cabelo, os produtos para “suavizar” o tom da pele (clarear), e o sucesso da venda das chapinhas. Não é errado alguém que queira mudar seus traços naturais, mas o que está em jogo aqui são os motivos que levam tais pessoas a fazerem isso. Claro que a mídia tem uma parcela de culpa nisso tudo, se uma desavisada pessoa que mora em outro país sintonizar sua TV em uma novela da Globo Internacional ou em qualquer programa dessa emissora ou outra brasileira, ela pensará que o Brasil é um país majoritariamente branco, e não um país altamente miscigenado, tendo sua maioria composta por negros e pardos. Afinal, na televisão os negros são minoria e sempre aparecem sub retratados nos papéis de novelas como empregado doméstico ou preso etc. Aliado a tudo isso, é entendível o fato da maioria dos negros querer se assimilar aos brancos, mesmo que seja esteticamente.

Existe sim racismo no Brasil, apesar de não haver raças humanas. Mas o racismo aqui é sinônimo de discriminação, baseada exclusivamente pela cor da pele. Falar que não existe racismo no Brasil seria uma leviandade sem tamanho, afinal em toda parte a sociedade brasileira reproduz isso, nas universidades a maioria dos professores e alunos são brancos, em hospital a maioria dos médicos são brancos, na política os negros são minorias tanto no poder executivo quanto no legislativo, que é composto por votação, em todos esses lugares citados existe o papel do negro, mas em sua grande maioria ficam sempre na categoria de base, nas universidades e nos hospitais eles são trabalhadores da limpeza, segurança etc.; na políticas são em maioria eleitores (já que a maioria da população é composta de negros e mulatos). Claro que sempre existem as exceções, mas nesse caso é uma pequena minoria.

O racismo no Brasil é mais nítido quando analisamos o mercado de trabalho brasileiro, a taxa de desemprego é de 10,1%, entre negros e pardos, enquanto entre trabalhadores brancos, é de 8,2%. Apesar de serem 45,5% da população ativa, sua participação na população desempregada é de 50,5%. Mesmo empregados, o negro recebe em média menos do que o branco, a diferencia salarial é maior ainda quando se compara salário de uma mulher negra com a de um homem branco. O negro é minoria em posição de comando em uma empresa e/ou associação.

O Brasil é um país racista, e vivemos em tipo de apartheid social/racial. Porém as medidas adotadas para acabar ou minimizar esse problema, só trazem mais segregação e conflitos de raças. Ao criminalizar o racismo, houve mais um problema que é a impossibilidade de caracterizar o que realmente é racismo e que tal ofensa foi de cunho racista ou mera injúria racial. Pois injúria racial não é crime inafiançável como é o crime de racismo, a injuria racial se caracteriza em ofender a honra da pessoa utilizando-se de elemento referente à cor da pele ou etnia e/ou a religião; já o crime de racismo se caracteriza quando atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos, discriminando toda a integralidade de uma raça. E ao propor cotas para entrar na faculdade e adentrar ao funcionalismo público, houve mais ainda o conflito e ódio entre raças. Sendo o Brasil tão miscigenado quem é que pode afirmar com total certeza de que tal pessoa não é negra? E esse caso traz outro problema, pois alimenta outro estereótipo que o negro é menos inteligente que o branco e por isso precisa de uma “ajudazinha” do Estado.

Para acabar com o racismo no Brasil, em vez de criar leis que só segregam de alguma forma, deve ter por meta difundir o Respeito à pessoa humana e as diferenças culturais. Só com o respeito ensinado na mais tenra idade é que podemos vencer esse câncer que se instalou aqui desde a colonização. Pois a única raça que existe é a humana.

(fonte: http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/2011/maio/taxa-de-desemprego-no-brasil-e-maior-entre-negros-e-pardos-alerta-oit; http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/79571-conheca-a-diferenca-entre-racismo-e-injuria-racial).

drone
Enviado por drone em 22/11/2016
Reeditado em 08/11/2021
Código do texto: T5831766
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