O encontro POÉTICO do Apelo Dialogal
Que a geração futura encontre-se no encontro com o seu tempo, e, mais do que nunca, reflita sobre a realidade circundante. Que o homem desse tempo que está vindo construa um encontro com seu igual, o outro homem. Pois o encontro de dois homens é sempre um encontro: cada um encontra-se no seu encontro.
Todavia nesse encontro, o homem não se esconde, pelo contrário, ele fala: fala de si; fala para si; fala de si nesse encontro, no relacionamento com o outro. Este fala por meio de palavras! Não só apenas, porém fala.
As palavras falam por alguém, e comunicam com pessoas.
Como “as palavras do Poeta”:
O poeta não inventa a poesia;
Vive a realidade.
O poeta não escreve poemas,
Escreve, antes de tudo, sua própria história.
O poeta não se utiliza apenas de sentimentos,
Mas de palavras
Que expressam
O que está sentindo.
O poeta sente...
Vive esse sentimento com a liberdade de expressão!
Ele se banha com as palavras.
Transcendem-nas!
A palavra do poeta é:
Informação que expressa todo seu ser;
Expressão que apela ao viver;
Apelo ao humano, que sente e vive.
O apelo ao outro o possibilita abrir-se ao relacionamento. Mas, só existirá um verdadeiro encontro entre o eu e o outro, no relacionamento, quando o outro souber que o meu eu está aberto para ele. Quando o outro fizer a sua escolha para adentrar no relacionamento com o meu eu, esse relacionamento não é apenas de um, mas de ambos. E, sobretudo, de nós dois. O outro que se abre e o eu que o acolhe, também, na abertura, pois são e estão no diálogo.
O outro é aquele que está comigo, fala com meu eu, mas não me pertence. O outro pertence à sua liberdade; pertence a si mesmo. Ele me dá a liberdade de escolher o encontro comigo, através de sua abertura. O outro, todavia, é aquele ao qual meu eu dirige o seu apelo. Apelo de encontro; de diálogo.
Padre Joacir d'Abadia, Filósofo escritor especialista em Docência do Ensino Superior.