Saindo da matrix

Quem assistiu o filme Matrix viu a humanidade dominada por uma rede de computadores que inclusive criaram vigilantes para caçar aqueles que saiam do sistema ou Matrix. As pessoas agiam como autômatas e, na verdade, não diferiam muito dos homens atuais.

Jesus Cristo e Buda diziam sempre que o homem está dormindo e o conclamava a despertar. Mas, o que é dormir? Na linguagem comum, dormir é se apagar numa cama em um sono profundo. Mas, quando o homem acorda, na verdade, ele sai do estado de sono e entra na consciência de vigília. Então, o que ele fez foi simplesmente mudar de um nível de consciência. Ele saiu do estado de consciência de sono e entrou no estado de “consciência de vigília”. Contudo, ele continua dormindo. Poder-se-ia dizer, sono desperto. Ele continua dormindo e age como um robô ou Android. Ele acorda, toma o café, vai para o trabalho, volta, liga a televisão, vai para cama, dorme… Se tem uma profissão como médico, professor, engenheiro, ele não sabe porque aquilo aconteceu. Na verdade, tudo ocorre em sua vida como os fenômenos da natureza. Ora chove, faz sol, venta ou troveja. Um estado de consciência superior se chama “consciência desperta”. Nesse estado, a memória está desperta e os acontecimentos são gravados e podem ser lembrados posteriormente. A consciência desperta ocorre em momentos de grandes emoções ou perigo. Existem outros estados acima da consciência desperta mas numa análise superficial como estamos fazendo agora, carece de qualquer sentido menciona-las.

Fixando-nos na consciência de vigília que a quase totalidade de nós se encontra no presente momento, vamos analisar os anseios do homem atual. A sociedade, ou seja, a cultura, implantou no homem o conceito de felicidade baseado na necessidade dele constituir uma família, ter um bom trabalho, uma casa, carro, lazer,etc. Entretanto, todo o problema do homem moderno se encontra justamente no seio da família monogâmica, uma invenção mais ou menos recente. Coisa de 150 anos atrás. Basta lembrar que o código napoleônico, o código civil francês, foi outorgado por Napoleão Bonaparte em 21 de março de 1804. Até então a mulher não tinha qualquer direito e era propriedade do marido. Aquele código não proibiu a poligamia do homem macho, simplesmente proibiu que o homem levasse a concubina para coabitar com sua família legítima.

Então, o casamento monogâmico é coisa mais ou menos recente. Ele se instituiu com a fase de industrialização, quando o homem deixou o campo, se fixou nas cidades, aparecendo as megacidades. O casamento monogâmico acompanhou o capitalismo, que somente tem sentido com sua perenização, ou seja, com a transmissão do patrimônio aos herdeiros. Deu certo? Não. O que se vê hoje são pessoas infelizes, descapitalizadas, filhos desamparados, mulheres arcando sozinhas com a criação de seus filhos e muita violência. O pior de tudo é a crise econômica que se instalou na humanidade a partir de 2008. Tal crise veio para ficar e se aprofundar cada vez mais. Não resta dúvida que a saída do homem é voltar às suas origens que é retornar ao campo. O seu retorno poderá ocorrer de uma maneira mais evoluída, pois com o advento da internet é possível formar comunidades integradas ao mundo onde as pessoas podem se matricular em universidades com ensino à distância. As crianças dessas comunidades não pertencerão aos seus pais biológicos e sim à toda comunidade. Assim, se um casal se separar os seus filhos não serão afetados. Tudo tem a ver com a abolição do capitalismo e da propriedade privada. Tudo para a comunidade e, para o indivíduo, a proteção de toda comunidade. A família deixará de ser monogâmica e se transformará em comunitária. Quando se diz isso, a maioria das pessoas pensam logo em promiscuidade: troca de casais, sexo a três, swings, etc. Nada disso! A comunidade poderá ter um código de ética moral e religioso avançadíssimo. Nela, poderá existir todos os tipos de família: monogâmica, extendida, unitária, homossexual, etc. O lema será: Dentro de suas casas façam o que quiserem e fora, procedam com decência e respeito ao modo de ser de cada um.

Pachecoyogue
Enviado por Pachecoyogue em 09/10/2016
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