Experiência Performance de Marina Abramovic, e o instinto selvagem do homem
Em 1974, Marina Abramovic fez uma performance em que ela dizia para visitantes que não se moveria durante seis horas, não importa o que fizessem com ela.
Ela colocou à disposição em uma mesa bem ao seu lado, 72 objetos que poderiam ser usados para agradar ou destruir, incluindo desde flores até uma faca e uma arma carregada. Ela convidou os visitantes a usar os objetos nela da maneira que desejassem.
Inicialmente - disse Abramovic - os visitantes estavam pacíficos e tímidos, mas se tornaram violentos rapidamente:
“A experiência que eu aprendi foi que… se você deixar a decisão para o público, você pode ser morta… Eu me senti muito violada. Cortaram minhas roupas, enfiaram espinhos de rosas na minha barriga, uma pessoa apontou a arma para a minha cabeça, e outra tirou a arma de perto. Isso criou uma atmosfera agressiva. Após exatamente 6 horas, como planejei, eu me levantei e comecei a andar em direção ao público. Todos fugiram correndo, escapando de um confronto real.”
Esta performance revelou algo terrível sobre a humanidade, similar ao que o Experimento da prisão de Stanford, de Philip Zimbardo e o Experimento de obediência de Stanley Milgram, também mostraram a rapidez com que pessoas se agridem dependendo das circunstâncias.
Essa performance mostrou como é fácil desumanizar uma pessoa que não pode se defender, e é particularmente poderosa porque desafia o que achamos que sabemos sobre nós mesmos.
Ou seja, a oportunidade desumaniza ou revela a verdadeira face humana.
Seria isso, também, o que afirmou Thomas Hobbes*, filósofo inglês (5 de abril de 1588 — 4 de dezembro de 1679), dizendo que é preciso controlar as vontades naturais do ser humano, caso contrário ele se consumiria em violências e abusos. O que tornaria o homem em uma besta; em consequência disso se tornaria impossível o convívio em sociedade.
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*Thomas Hobbes (5 de abril de 1588 — 4 de dezembro de 1679) foi um matemático, teórico político e filósofo inglês, autor de: "Leviatã" (1651) e, "Do cidadão" (1651).