Adaptação

O ser humano se adapta a tudo!

E vai aos poucos “abrindo mão” daquilo que fazia-lhe sorrir o coração.

É triste observar como alguns vão se adaptando ao descaso, à indiferença, à violência em suas alternadas formas... Parece que algo nos diz que se não nos adaptarmos, morreremos.

Porque abrimos mão do que pensamos, do que queremos, para agradar o amigo, o companheiro, o patrão, o líder religioso, o vizinho, e até aquele indivíduo que passa do outro lado da rua e mal sabe nosso nome?

Vivemos na era da adaptação. Do “dizer o que querem ouvir”, do “fazer porque todo mundo faz”, do “deixa isso pra lá, afinal, fulano me dá bens materiais”

E assim segue a vida, com adaptações necessárias, adaptações cômodas ou injustas. Vai-se vivendo a mesmice de todo dia, ingerindo comidas mastigadas, pensamentos prontos, indigestos, desumanos, seguindo a “onda”, a lama, a farsa...

Quando se percebe, já adaptou-se aos relacionamentos tóxicos, à eterna insatisfação com a própria imagem, à falta de amor próprio... Ao corpo mergulhado em drogas para dormir, para acordar, para viver, e tamanha a adaptação que necessita de doses cada vez maiores, potentes, decisivas para o nosso bem estar.

A gente se adapta a tal ponto que chega a achar que o normal do ser humano, é ser essa máquina de fazer dinheiro, essa loucura por status, doses cada vez maiores de poder, de ansiedade, de loucura fabricada e alimentada por cada um de nós...

Adapta-se tão intensamente, que a vida parece pouca, pequena, insignificante...Não há a essência além do material, a capacidade de ver o que perpassa as montanha, o que oculta o infinito...

Porque o melhor da vida, é livre, é asas, é voo... Como diria Paulo Freire: “É inacabado”.

Você se adapta para viver ou vive para se adaptar? A diferença é que no primeiro caso, há uma moderação, um limite, um tempo para discernir entre o que você merece e o que de fato lhe faz bem. Já no segundo, não há separação, vale “tudo” para ser aceito, ser querido, ter poder sobre os outros, e assim por diante.

No final sobre apenas cacos de vida, quase nada a respirar, como drogas que hoje você usa, amanhã ela usa você.

Pense o quanto de VIDA tudo isso lhe custa!