A Vaga é Minha
Nas minhas andanças pelas capitais brasileiras, uma delas me chamou a atenção, no que diz respeito ao trânsito: Palmas, cidade planejada. Nada de congestionamento. Vagas para estacionamento em todas as ruas. Enquanto isso, na minha Maceió, a briga é constante por lugar onde estacionar.
Vizinho a um edifício empresarial, com os mais diferentes tipos de negócio, não há estacionamento suficiente para seus clientes. Assim, a rua paralela, de mão dupla, torna-se um verdadeiro caos, com veículos estacionados em ambos os lados, dificultando quem ali transita, tendo de parar e dar ré, quando outro ali entra primeiro. Tenho presenciado alguns conflitos, quando alguém não quer ceder a vez para o outro. Há sempre os arrogantes, que acham que a prioridade é sua, mesmo entrando por último. A solução seria unificar a mão da rua, já que não comporta dois veículos em paralelo, em face do estacionamento duplo.
Da minha varanda, lendo meu bom livro, jornais ou revistas, tiram-me da concentração, com buzinaços desnecessários, na disputa por espaço. À medida que avistam um saindo, os que vêm de sentidos opostos já sinalizam que ali vão entrar, como a dizer: “A vaga é minha”. Só os mais ágeis conseguem o espaço, pois a disputa é injusta, sem critério.
Faz-me lembrar um fato ocorrido na Suécia, país de primeiro mundo em educação, onde um brasileiro ficou curioso ao ver que seu colega, mesmo chegando primeiro ao trabalho, estacionava o seu veículo mais distante. E vendo aquele ato se repetir no dia a dia, não se conteve e fez a pergunta?
_ Por que você, chegando primeiro, não ocupa os espaços mais próximos?
_ E o colega, educadamente, respondeu: “exatamente para os que chegarem atrasados ficarem mais próximos de seu local de trabalho, não atrasando ainda mais.”
Será que esse procedimento ocorre conosco?
Pelo menos, na minha rua, não tenho visto essa atitude. A disputa é ferrenha, a ponto até de gerar alguns conflitos, visto que cada um está a dizer: “A vaga é minha.”