Algumas pessoas não entendem os motivos que me fazem escrever continuamente em defesa dos taxistas. Muitos me perguntam se sou taxista, como se fosse necessário ser estuprado para gritar contra os abusos impingidos a quem sofreu violência. Qualquer cidadão consciente luta pelo que é justo e expressa indignação diante das covardias sociais. A diferença é que não me levanto apenas pelo assunto da moda. Não é possível ser cúmplice de um aplicativo que, praticamente, cometeu desobediência civil em todos os estados onde começou a atuar ilegalmente, desprezando decisões das autoridades municipais.

Não é possível respeitar qualquer empresa que empenha um lobby poderoso, oriundo de investimentos bilionários, para prevalecer influenciando a mídia de aluguel a massacrar uma classe de trabalhadores que eles pretendem exterminar e substituir, se apropriando dos lucros. Uma corporação estrangeira que piora a qualidade de vida nas cidades, aumenta a poluição e gera o caos no trânsito porque não aceita nenhum tipo de regulamentação que a controle. Com pouca capacidade crítica e uma educação precária, não foi difícil doutrinar as mentes mais fracas, que execram taxistas em nome da qualidade de um aplicativo que já supera duas vezes os táxis em queixas nos sites de defesa do consumidor, como o Reclame Aqui.

Assim como tomo a defesa dos taxistas contra o massacre moral que estão sofrendo diariamente e por meses consecutivos, há os que se dedicam a promover o aplicativo de "carona remunerada". Sempre desconfio de linchamentos, sempre me aterrorizo com linchamentos, sempre irei me colocar entre a vítima e o covarde.
Alexandre Coslei
Enviado por Alexandre Coslei em 28/05/2016
Reeditado em 28/05/2016
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