Os heróis que desejamos
Há 22 anos, num dia como o de hoje, aliás, também no Dia do Trabalho (01/05/1994), perdíamos Ayrton Senna, nessa espécie de roleta russa em que se transformam as competições de Fórmula Um ou carros de corrida. Será que vamos exagerar se dissermos que ele foi um dos poucos heróis que tivemos, pelo menos dos anos 1900 até hoje?
É possível que no plano da música, letras, física, matemática – artes, ciências exatas, sociais, etc. – e outros campos possamos encontrar personalidades dotadas de algum tipo de heroicidade. À exceção, sem dúvida, do campo político, onde tem sido questionável a importância das poucas lideranças que se forjaram, com expressivas parcelas da população se manifestando favoravelmente ou contra. Decepções aí incluídas.
Com Ayrton, não. Houve de fato unanimidade. E tão grande que se chegou a pensar num acidente fabricado, o que nunca pode ser comprovado. Tal a ameaça em que se constituía a figura de um sul-americano às conquistas sequentes sempre alcançadas por europeus ou outros pilotos do Primeiro Mundo.
Quando será que teremos um líder político cuja liderança seja unânime, inquestionável, apesar dos inúmeros partidos, de número desnecessário, cujos objetivos teoricamente são os mesmos e os interesses de seus membros, pessoais, muito mais? Isso só irá acontecer quando o herói político for como o santo, como nos diz Lourenço Diaféria, “aquele que derrama seu sangue” ou “aquele eu vive sua vida até as últimas consequências.”
Poderá a indagação sair do plano da utopia? Valerá a pena esperar pelo dia?
Maricá, 01/05/2016